Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7GKPVV
Tipo: Tese de Doutorado
Título: Estudo clínico e imunológico de controle de cura de paracoccidioidomicose crônica
Autor(es): Ana Claudia Lyon de Moura
Primeiro Orientador: Enio Roberto Pietra Pedroso
Primeiro Coorientador: Antonio Lucio Teixeira Junior
Primeiro membro da banca : Manoel Otavio da Costa Rocha
Segundo membro da banca: Ary Correa Junior
Terceiro membro da banca: Antônio Carlos Francesconi do Valle
Quarto membro da banca: Moisés Evandro Bauer
Resumo: A paracoccidioidomicose (PCM), causada pelo fungo dimórficoParacoccidioides brasiliensis (Pb), é a micose sistêmica mais prevalente na América Latina, sendo encontrada principalmente no Brasil. Um dos principais problemas na abordagem dos pacientes com PCM é determinar o momento correto da interrupção de seu tratamento. O objetivo deste trabalho é investigar o perfil clínico e imunológico de pacientes com PCM crônica, buscando estabelecer parâmetros paraseu controle de cura. Foram acompanhados ambulatorialmente 75 pacientes adultos com PCM que procuraram o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais UFMG, entre março de 2001 e dezembro de 2006, em avaliações semestrais. Os critérios para inatividade ou cura clínica foram: completa remissão dos sinais ou sintomas da PCM ativa e regressão ou estabilização das alteraçõesobservadas nos exames de imagem com intervalo de três meses. Foram realizadas dosagens de marcadores inflamatórios (anticorpos IgG anti-Pb, sTNF-R1, sTNF-R2, CXCL9, CCL2, CCL3, CCL11 e CCL24) no soro por teste ELISA em 26 desses pacientes, na primeira consulta e após seis, 12 e 36 meses de tratamento. Para comparação, as dosagens dos mesmos marcadores foram feitas num grupo controleconstituído por 37 voluntários sadios pareados com os pacientes por idade. Inatividade clínica foi alcançada por 53 (71%) pacientes; em 27 (51%) casos, a cura clínica foi observada nos primeiros seis meses. Regressão logística binária identificou esquema terapêutico e acometimento de mucosas como os mais significativos preditores de mau prognóstico em PCM crônica; tratamentos com azólicos isoladamente ou combinados a sulfas associaram-se a menor percentual de cura clínica. A dosagem dos níveis séricos de anticorpos IgG anti-Pb e de sTNF-R2 apresentou maiores valores de sensibilidade e especificidade, nos respectivos pontos de corte, definidos pelo método da curva ROC, para discriminar os controles sadios dos pacientes com PCM crônica. O nível de sTNF-R1, entretanto, parece um marcador mais fidedigno de atividade da doença do que sTNF-R2. Os pacientes comPCM crônica (tipo adulto) não tratados apresentaram ativação preferencial de resposta imunológica tipo Th1, porém, ao longo do tratamento, verifica-se mudança do padrão de resposta para Th2, o que pode estar associado à imunorregulação. Ao final dos 36 meses de acompanhamento, os níveis de IgG anti-Pb, sTNF-R1, CCL2 e CCL24 estavam significativamente elevados no grupo de pacientes em relação ao grupo controle. A análise conjunta do estado clínico dos pacientes com os níveis séricos de marcadores inespecíficos, sobretudo sTNF-R1 e sTNF-R2, e com os anticorpos específicos anti-Pb poderia aumentar significativamente a acurácia da determinação do momento adequado para se interromper a terapia antifúngica dos pacientes com PCM. Outros estudos são necessários para confirmar se algum desses marcadores inflamatórios poderá ser usado como um parâmetro que reflete de modo confiável a atividade da doença nos pacientes com PCM e, talvez, contribuir para diminuir suas recidivas.
Abstract: Paracoccidioidomycosis (PCM), caused by dimorphic fungus Paracoccidioides brasiliensis (Pb), is the most common systemic mycosis in Latin America. A major problem in managing PCM is to determine the right time to discontinue therapy. The aim of the present work was to investigate the clinical and immunological profile of patients with adult type of PCM, in order to find out parameters that better correlatewith disease activity. A cohort of 75 adult patients admitted to the Infectious Diseases Ambulatory of the General Hospital of the Federal University of Minas Gerais, Brazil, from March 2001 to December 2006, was evaluated at each six months. Clinical remission was defined as the absence of PCM symptoms and scarring of all lesions, associated to normalization or stabilization of laboratorial and radiological changes.Serum levels of inflammation markers (anti-Pb IgG antibodies, sTNF-R1, sTNF-R2, CXCL9, CCL2, CCL3, CCL11 and CCL24) were measured by ELISA assays in 26 patients from the group, at baseline and after 6, 12 and 36 months of treatment. For comparison, 37 age-matched healthy volunteers were recruited. Clinical remission was achieved by 53 (71%) patients; in 27 (51%) cases, it was noticed during the first six months of therapy. Binary logistic regression identified therapeutic regimen andpresence of mucosal lesions as the most significant predictors of bad outcome in adult type PCM; treatments with azole drugs alone or combined with sulfonamides were associated with a lower percentual of clinical remission. Determination of serum levels of anti-Pb IgG antibodies and sTNF-R2 presented higher sensitivity and specificity, in comparison to other markers, at their respective cut-off values, definedby ROC curve method, to discriminate healthy controls from adult type PCM patients. Levels of sTNF-R1, however, seem to be a better marker of disease activity in comparison to sTNF-R2. Untreated adult type PCM patients present a preferential induction of Th1 immune response; however, during the treatment, a shift to Th2 response occurs, and this may be related to immune regulation. After 36 months of follow-up, concentration of anti-Pb IgG, sTNF-R1, CCL2 and CCL24 weresignificantly higher in PCM patients in comparison to controls. Simultaneous analysis of serum levels of non-specific inflammation markers, mainly sTNF-R1 and sTNF-R2, and specific anti-Pb antibodies in addition to clinical signs may improve the accuracy to determine the right time to discontinue antifungal therapy in PCM patients. Furtherstudies are necessary to confirm if any of these inflammation markers may be used as a reliable parameter to assess disease activity in PCM patients and maybe help to reduce disease relapses.
Assunto: Medicina Tropical
Paracoccidioidomicose/imunologia
Paracoccidioides
Paracoccidioidomicose/terapia
Quimiocinas
Paracoccidioidomicose
Estudos prospectivos
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7GKPVV
Data do documento: 27-Mai-2008
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