Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7YYGQK
Tipo: Dissertação de Mestrado
Título: Correlação entre função ventricular direita e capacidade funcional em pacientes com cardiopatia chagásica crônica
Autor(es): Francilu Rodrigues Beloti
Primeiro Orientador: Maria do Carmo Pereira Nunes
Primeiro Coorientador: Manoel Otavio da Costa Rocha
Primeiro membro da banca : Enio Roberto Pietra Pedroso
Segundo membro da banca: Márcio Vinícius Lins de Barros
Resumo: A cardiopatia chagásica crônica constitui a manifestação de maior gravidade da doença de Chagas, com heterogeneidade em sua apresentação clínica. O grau de disfunção miocárdica é um fator prognóstico, mas sem relação direta com a classe funcional. O presente estudo objetivou verificar a correlação entre a capacidade funcional e a função ventricular direita em pacientes com cardiopatia chagásica crônica. Foram selecionados pacientes com cardiopatia chagásica crônica, classificada clinicamente nas formas IV e V, em ritmo sinusal. Todos os pacientes encontravam-se compensados clinicamente, em classe funcional I e II da NYHA. Obteve-se a história clínica e exame físico visando verificar evidências de congestão sistêmica e/ou pulmonar. Todos os pacientes realizaram o ECG de 12 derivações, analisado conforme critérios padronizados para doença de Chagas.Ao ecocardiograma, realizaram-se as medidas dos diâmetros ventriculares, análise das funções sistólica e diastólica do ventrículo esquerdo, incluindo parâmetros derivados do Doppler tecidual. O ventrículo direito foi avaliado por várias técnicas ecocardiográficas, como medida do diâmetro diastólico ao modo M, área na diástole, análise qualitativa de sua contratilidade, grau de dilatação em relação ao ventrículo esquerdo, índice de Tei e variáveis do Doppler tecidual.A capacidade funcional foi analisada pelo teste ergométrico, seguindo o protocolo de Bruce, obtendo-se o VO2 máximo. Outras variáveis analisadas durante esforço físico foram arritmias esforço-induzidas, incompetência cronotrópica e resposta em platô da pressão arterial.Selecionaram-se um total de 65 pacientes, com idade de 49 ± 9 anos (28 a 68); predominou o sexo masculino (60%). Doze pacientes (18%) apresentaram evidências clínicas de insuficiência ventricular direita. A alteração mais prevalente ao ECG foi o bloqueio completo do ramo direito associado ao hemibloqueio anterior esquerdo, presente em 66% dos casos. Arritmias ventriculares induzidas pelo esforço físico foram freqüentes, ocorrendo em 51 pacientes (78%), com predomínio de extra-sístoles ventriculares isoladas raras (53% dos casos). Observou-se que 41 pacientes (63%) apresentaramincompetência cronotrópica, sem relação com a medicação usada.Dilatação do ventrículo esquerdo, detectada pelo diâmetro diastólico indexado pela superfície corpórea, ocorreu em 89% dos casos, com fração de ejeção de 44 ± 11%. À avaliação qualitativa da contratilidade e dilatação ventricular direita, observou-se comprometimento em 19 pacientes (29%), embora mais da metade dos pacientes (52%)apresentassem índice de Tei acima do limite superior da normalidade (>0,32). Não se evidenciou correlação estatisticamente significativa entre o VO2 máximo e a fração de ejeção ou outros marcadores da função sistólica ventricular esquerda, como o índice de Tei. Por outro lado, parâmetros de função diastólica, como a relação E/E, marcadora das pressões de enchimento, associou-se ao VO2 máximo. Da mesmaforma, parâmetros ecocardiográficos que avaliam a função do ventrículo direito correlacionaram-se com o VO2 máximo, como onda S do Doppler tecidual e o índice de Tei. Na análise multivariada de regressão linear, as variáveis sexo, idade e função do ventrículo direito, determinada pela onda S do Doppler tecidual, correlacionaram-se independentemente com o VO2 máximo. Este estudo demonstrou que a função do ventrículo direito, determinada pelo Doppler tecidual, representou o principal determinante da capacidade funcional em pacientes com cardiopatia chagásica crônica, independentemente do sexo e idade.
Abstract: Chronic Chagas heart disease constitutes the most severe manifestation of Chagas disease, with great heterogeneity in its clinical presentation. The degree of myocardial dysfunction is a prognostic factor, but with no direct relation with the functional class. The present study evaluated the correlation between functional capacity and right ventricular function in patients with chronic Chagas heart disease. Sixty-five patients with chronic Chagas heart disease, clinically classified as stage IV and V, were selected in the absence of pacemaker. All patients were clinicallystable, in NYHA functional class I and II. History and physical examination were obtained looking for evidence of systemic and/or pulmonary congestion. A 12-lead electrocardiogram was performed in every patient and evaluated according to the standard criteria for Chagas disease.On the echocardiogram, measurements of the ventricular diameters andassessment of diastolic and systolic function of the left ventricle, including parameters based on tissue Doppler were performed. The right ventricle was assessed using a variety of techniques, such as M Mode diastolic diameter, diastolic area, quantitative analysis of contractility, degree of dilatation in comparison with the left ventricle, Tei index and tissue Doppler variables. Functional capacity was assessed with the exercise test, following the Bruce protocol, obtaining peak VO2. Other variables analyzed during the treadmill test were stress-induced arrhythmias, chronotropic incompetence and abnormal blood pressureresponse. A total of 65 patients was selected, with a mean age of 49 ± 9 years (28-68), with a predominance of male gender (60%). Twelve patients (18%) showed clinical evidence of right ventricular failure. The most prevalent ECG alteration was right bundle branch block associated with left anterior fascicle block, present in 66% of the cases.Stress-induced cardiac arrhythmias were frequent, developing in 51 patients (78%), especially rare isolated ventricular extrasystoles (53% of the cases). Forty-one patients (63%) had chronotropic incompetence, with no relation to the medication being used. Left ventricle dilatation, assessed by the diastolic diameter indexed by body surface area, was seen in 89% of the cases, with an ejection fraction of 44 ± 11%. Uponqualitative analysis of contractility and dilatation, the right ventricle was compromised in 19 patients (29%), but more than of half of the patients (52%) had a Tei index above the upper normal limit (0.32). There was no evidence of statistically significant correlation between peak VO2 and ejection fraction or other parameters of left ventricular systolic function, as the Tei index. In contrast, diastolic function parameters, such as E/E ratio, filling pressure markers, were associated with peak VO2. Likewise, ecocardiographic parameters that evaluate right ventricle correlated with peak VO2, such as tissue Doppler S wave and Tei index. On the multiple linear regression, sex, age, and right ventricular function, assessed by the tissue Doppler S wave, independently correlated with the peak VO2.This study demonstrated that right ventricular function, assessed by tissue Doppler, was the main determinant of functional capacity in patients with chronic Chagas heart disease, independent of age and sex.
Assunto: Cardiomiopatia chagásica
Teste de esforço
Ecocardiografia
Ventrículos do coração
Medicina tropical
Função ventricular
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/ECJS-7YYGQK
Data do documento: 3-Out-2008
Aparece nas coleções:Dissertações de Mestrado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
francilu_beloti_rodrigues.pdf722.78 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.