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dc.contributor.advisor1Joaquim Antonio Cesar Motapt_BR
dc.contributor.advisor-co1Rosa Maria Quadros Nehmypt_BR
dc.contributor.referee1Roseni Rosangela de Senapt_BR
dc.contributor.referee2Eleuse Machado de Britto Guimarãespt_BR
dc.creatorCristiane de Oliveira Gonzalezpt_BR
dc.date.accessioned2019-08-12T12:35:26Z-
dc.date.available2019-08-12T12:35:26Z-
dc.date.issued2004-12-10pt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/1843/ECJS-84RPRT-
dc.description.resumoO cuidado das pessoas doentes está intimamente relacionado àstransformações por que passa a sociedade, sendo cultural e socialmente determinado a cada momento. Nas sociedades tradicionais, esse cuidado estava diretamente ligado ao modo como a comunidade se organizava. Até o início do século XX, o nascimento, o adoecimento e a morte ocorriam predominantemente em casa. Progressivamente esse cuidado foi transferido para o hospital. Nasúltimas décadas, há um movimento de retorno desse cuidado para a casa. A atenção domiciliar é uma modalidade de atendimento que tem sido impulsionada pela combinação de recursos tecnológicos e científicos presentes no hospital com o ambiente familiar, trazendo novas perspectivas para pacientes crônicos e com necessidades especiais. É dependente da organização familiar e das relações interpessoais e também de fatores culturais, sociais e econômicos.Portanto, entender essas relações familiares e o papel de cada membro da família, principalmente o da mãe, figura central no cuidado à criança doente em casa, torna-se essencial para o sucesso do atendimento domiciliar. Por que é a mãe quem cuida do filho doente em casa? O papel de cuidadora é naturalmente dado a mulher? O fato de ser cuidadora dá a ela um poder, levando-a a assumir um novo papel social na família e na sociedade? Que encargos e responsabilidades acompanham esse novo poder? São perguntas que surgiram durante as atividades do Programa Interdisciplinar de Atenção Domiciliardo Hospital das Clínicas da UFMG HC no domicílio. Foram analisadas as mudanças históricas na forma de cuidar dos doentes, as transformações por que passaram a família, a criança e a mulher na sociedade, bem como as suas relações e o papel social de cada um deles. Esse referencial teórico serviu de embasamento para essas indagações, que foram investigadas através da realização de entrevistas baseadas em roteiro semi-estruturado com as categorias escolhidas. Foram entrevistadas oito mães de crianças atendidas pelo Programa, e feita interpretação por análise do discurso. O papel de mãe é historicamente definido a partir da naturalidade da gestação, tenta-se explicar a naturalidade do amor materno e, mais além, do seu papel como cuidadora de seu filho doente. Ela assimila de forma definitiva, ainda que com suavidade, este papel de servidão e dedicação sem limites. A atenção domiciliar coloca a criança neste cenário familiar, onde os papéis sociais já estão bem definidos e aceitos. A maioria das mães entrevistadas aceita como natural o papel de mãe e de cuidadora de seus filhos. Percebeu-se que a Atenção Domiciliar é uma modalidade de atendimento desejada pelas mães, que relatam benefícios como maior segurança, conforto e bem-estar, humanização do atendimento, melhoria da qualidade de vida, possibilidade de educação para a saúde e de autonomia na vivência do processo de saúde. Por outro lado, notou-se aumento nos encargos e na responsabilidade da mãe com esse trabalho extra. Os resultados evidenciam a desvalorização pelas mães de outros aspectos dotados de prestígio social, como o trabalho formal. As relações familiares e osinteresses pessoais também se tornam secundários pela centralidade que o cuidado com o filho doente assume na sua vida. Torna-se necessário avaliar esse achado também em outras camadas da sociedade, para as quais o trabalho, assim como as demais dimensões da vida cotidiana representem um maior capitalsimbólico. Essas mães sentem-se mais obrigadas e cobradas pelas famílias, pela sociedade e pelos profissionais de saúde, a cuidar dos filhos doentes, o que exacerba a sua culpa ao deixá-los ao cuidado de outros. Em contraposição, elas alcançam poder e prestígio social ao se tornar cuidadoras, ocupando lugar de destaque na família e na sociedade, aumentando assim a sua auto-estima e o seureconhecimento/apreço pelos outros. De que forma esse poder é aceito e almejado por elas? Ele corresponde aos encargos e responsabilidades exigidos pelo papel de mãe cuidadora? Qual o papelda família, da sociedade, do Estado e do setor de saúde na divisão desses encargos com a mãe? Como deve ser a estrutura de apoio às mães, em termos psicológicos, técnicos, políticos e financeiros, ao se oferecer esse tipo de atendimento à criança? Torna-se clara a necessidade de encarar o cuidado com o filho doente como algo socialmente determinado, e uma escolha da mulher. Por ser um trabalho, considerado necessário e útil à sociedade, deve ser de responsabilidade coletiva, buscando-se meios para que o cuidado com o filho doente seja reconhecido como trabalho, e como tal, socialmente repartido e assumido.pt_BR
dc.languagePortuguêspt_BR
dc.publisherUniversidade Federal de Minas Geraispt_BR
dc.publisher.initialsUFMGpt_BR
dc.rightsAcesso Abertopt_BR
dc.subjectAtenção domiciliarpt_BR
dc.subjectMãe cuidadorapt_BR
dc.subjectPediatriapt_BR
dc.subject.otherServiços de saúde da criancapt_BR
dc.subject.otherMães/psicologiapt_BR
dc.subject.otherAcompanhantes de pacientes/psicologiapt_BR
dc.subject.otherCuidadorespt_BR
dc.subject.otherServiços de saúde para adolescentespt_BR
dc.subject.otherAssistência domiciliarpt_BR
dc.subject.otherPlanos e programas de saúdept_BR
dc.subject.otherPediatriapt_BR
dc.subject.otherPromoção da saúdept_BR
dc.titleAtenção domiciliar em pediatria e a mãe cuidadora: análise histórica e estudo de casos do programa de atenção domiciliar do Hospital das Clínicas da UFMGpt_BR
dc.typeDissertação de Mestradopt_BR
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