Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/MMMD-AKJG4A
Type: Tese de Doutorado
Title: Dos excessos de arquitetura ao desaparecimento dos edifícios
Authors: Bruno Luiz Coutinho Santa Cecilia
First Advisor: Maria Lucia Malard
First Referee: Jose de Anchieta Correa
Second Referee: Guilherme Carlos Lassance dos Santos Abreu
Third Referee: Angelo Bucci
metadata.dc.contributor.referee4: Fernando Luiz Camargos Lara
Abstract: Este trabalho aborda o ambiente construído como um meio no qual a experiência do espaço o habitar - ocorre. A hipótese central é que os objetos arquitetônicos oferecem mais barreiras do que seria necessário à mediação do fenômeno do habitar, e que esse excesso compromete tanto a experiênciação individual do espaço quanto as relações sociais. Primeiramente, traça-se um arcabouço teórico e conceitual para a discussão, do qual emergem as noções de vazio arquitetônico, de habitabilidade e de conflito em arquitetura. Associando esses conceitos aos modos de conspicuidade dos objetos descritos por Martin Heidegger, propõe-se distinguir as barreiras arquitetônicas entre necessárias e contingentes, caracterizando essas últimas como potenciais obstáculos à livre experienciação do espaço pelos sujeitos da arquitetura. Através de exemplos, procura-se demonstrar que o caráter conspícuo de certas barreiras contingentes decorre de relações conflituosas entre as pessoas e os objetos arquitetônicos. Argumenta-se que uma arquitetura que se faça apenas de barreiras necessárias seria mais aberta à apropriação pelos seus usuários. Em seguida, são examinadas diversas situações em que as barreiras arquitetônicas tornam-se excessivas, obstruindo relações e interditando ações dos sujeitos no espaço. São discutidas as barreiras destinadas à proteção contra as intempéries climáticas, ao controle da privacidade e à delimitação dos territórios privados que, embora sejam indispensáveis à habitabilidade dos espaços, podem propiciar o controle social e tornar-se conflituosas quando exacerbadas. Através de exemplos notáveis da arquitetura, procura-se demonstrar como isso ocorre. Nessas discussões, emerge o argumento de que o caráter conflituoso de certas barreiras decorre de uma ênfase exacerbada na dimensão objetual da arquitetura, em prejuízo de sua dimensão de uso. Na sequência, é apresentada a ideia da dissolução ou desaparecimento da arquitetura como objeto autônomo, circunstanciando-a a partir da distinção entre barreiras necessárias e contingentes. Por fim, são tecidas algumas considerações sobre as principais contribuições desta tese e sobre a aplicabilidade dos conceitos nela tratados à prática e ao ensino de projeto de arquitetura, terminando com a apresentação de algumas sugestões para pesquisas futuras.
Abstract: This study refers to the built environment as a medium in which the experience of space - dwelling - occurs. Its main hypothesis is that architectural objects offer more barriers than necessary to mediate the phenomenon of dwelling, and that this excess affects both the individual experiencing of space and the social relations. Initially, we develop a theoretical and conceptual framework for discussion, from which emerge the notions of architectural void, habitability and conflict in architecture. Relating these concepts to the conspicuity modes of objects described by Martin Heidegger, we propose to distinguish the architectural barriers between necessary and contingent, characterizing the latter as potential obstacles to the free experiencing of space. Through some examples, we seek to demonstrate the conspicuity of contingent barriers, which produces conflicts in the relationship between subjects and architectural objects. It is argued that an architecture made only by necessary barriers would be more open to appropriation by their users. Then, we examine different situations in which architectural barriers become excessive, obstructing relations and blocking the actions of individuals in space. In the following sections, we discuss the barriers intended to provide protection against inclement weather, privacy control and delimitation of private territories that, although are indispensable to the habitability of the spaces, may provide social control and become conflictual when exacerbated. Through remarkable examples of architecture, we seek to demonstrate how this occurs. In the course of these discussions, emerges the argument that the conflictual character of some barriers stems from an exaggerated emphasis on the objectual dimension of architecture to the expense of its use value. Afterwards, is presented the idea of dissolution or disappearance of architecture as an autonomous object, relating it to the distinction between necessary and contingent barriers. Finally, we make some concluding remarks about this study and its applicability to architectural design practice and education, ending with some suggestions for future researches.
Subject: Espaço (Arquitetura)
Projeto arquitetônico
Fenomenologia
Arquitetura
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/MMMD-AKJG4A
Issue Date: 4-Aug-2016
Appears in Collections:Teses de Doutorado

Files in This Item:
File SizeFormat 
tese_bruno_santa_cecilia_300dpi.pdf289.74 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.