Inner disk dynamics of classical T Tauri stars in NGC 2264
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Editor
Universidade Federal de Minas Gerais
Descrição
Tipo
Tese de doutorado
Título alternativo
Primeiro orientador
Membros da banca
Luiz Paulo Ribeiro Vaz
Maria Cristina de Assis Rabello Soares
Jane Cristina Gregorio Hetem
Adriano Hoth Cerqueira
Maria Cristina de Assis Rabello Soares
Jane Cristina Gregorio Hetem
Adriano Hoth Cerqueira
Resumo
O aglomerado jovem NGC 2264 é uma região de formação estelar rica, contendo centenas de estrelas jovens de baixa massa com indícios de acreção, chamadas de estrelas T Tauri clássicas (ETTC). Em Dezembro de 2011, este aglomerado foi observado simultaneamente com os satélites CoRoT e Spitzer, assim como quase-simultaneamente com vários telescópios no solo, como o CFHT e o VLT, usando o espectrógrafo de multi-objetos FLAMES na faixa espectral que cobre a linha H (forte indicador de acreção). NGC 2264 também já foi observado previamente com o CoRoT em Março de 2008 e foi alvo de uma nova campanha do FLAMES em 2014, centrada na linha de emissão proibida [OI] 6300Å, conhecida por traçar jatos e ventos em estrelas jovens. O objetivo desta tese é aproveitar da riqueza de dados disponíveis de NGC 2264 para investigar a dinâmica da parte interna de discos circumestelares de ETTCs e, com isso, buscar entender melhor os processos de acreção e ejeção de massa que ali ocorrem. Na primeira parte deste trabalho, investigamos um grupo de ETTCs que apresentam variabilidade fotométrica devido à extinção por material da parte interna do disco. Estes sistemas são observados com altas inclinações e representam uma oportunidade de estudarmos a interação entre a magnetosfera estelar e a parte interna do disco de acreção através de medidas indiretas. Analisamos as curvas de luz simultâneas do CoRoT e do Spitzer destes sistemas para investigarmos a distribuição de poeira na região interna do disco e encontramos indícios da presença de grãos maiores que grãos interestelares típicos. Analisamos a variabilidade de velamento nos espectros FLAMES e no índice de cor u - r, encontrando em vários casos evidência de manchas quentes associadas a ocultações da fotosfera por material circum-estelar, o que indica que as estruturas responsáveis pelas ocultações podem estar localizadas na base de colunas de acreção. Um modelo de ocultação por uma deformação na parte interna do disco, proposto inicialmente para explicar o comportamento fotométrico da ETTC AA Tau, conseguiu reproduzir os aspectos gerais da maioria das curvas de luz quase periódicas da nossa amostra, encontrando deformações de altura máxima e extensão azimutal semelhantes àquela que foi encontrada para AA Tau. Atribuímos a variabilidade do tipo de AA Tau a um regime de acreção estável e variabilidade semelhante, porém não-periódica, a um regime de acreção instável. Vemos indícios de que uma transição, e até mesmo certa coexistência, entre os dois regimes pode ser comum. Na segunda parte deste trabalho, investigamos os processos de ejeção através do estudo da linha de emissão proibida de [OI] 6300Å. Separamos a linha de [OI] em três componentes: uma componente de alta velocidade (CAV), uma componente larga de baixa velocidade (CLBV) e uma componente estreita de baixa velocidade (CEBV). Acredita-se que a CAV seja originada em jatos bipolares colimados, porém a origem das componentes de baixa velocidade (CBV) ainda está em debate. Nossas CLBV mostram desvios para o azul consistentes com uma origem em ventos da parte interna do disco. Já foi sugerido que a CEBV seja formada em ventos de fotoevaporação causados pela emissão de raios-X ou radiação UV extrema provenientes do objeto central. Isso é consistente com alguns dos nosso resultados, porém não há evidência suciente para conrmar este fenômeno. Mostramos que as luminosidades de todas as componentes da linha de [OI] correlacionam positivamente com a luminosidade estelar e de acreção. Também vemos que ETTCs que sofrem acreção no regime instável tendem a apresentam CBV mais largas e CAV mais fortes que aquelas que sofrem acreção no regime estável. Detectamos a CAV apenas entre sistemas com discos internos opticamente espessos, enquanto que a CLBV é encontrada entre alguns sistemas com discos anêmicos e a CEBV é comum entre sistemas com discos internos nos. A razão entre o número de CEBV e CLBV detectadas parece reetir a idade da região de formação estelar, indicando que a CEBV tende a dominar cada vez mais a emissão de [OI] com a evolução do sistema. Também mostramos que propriedades estelares como temperatura efetiva, massa ou rotação estelar não parecem inuenciar fortemente a velocidade de propagação ou luminosidade dos jatos, sugerindo que possa ser o disco, e não a estrela, que controla o mecanismo de lançamento dos mesmos.
Abstract
The young open cluster NGC 2264 is a rich site of star formation, containing hundreds of young, accreting, low-mass stars known as classical T Tauri stars (CTTS). In December 2011, this cluster was observed simultaneously by the CoRoT and Spitzer satellites, as well as quasi-simultaneously by a number of ground-based telescopes, such as the CFHT and the VLT with the FLAMES multi-object spectrograph in a spectral range covering the H line (a strong indicator of accretion). NGC 2264 had also been observed previously by CoRoT in March 2008, and it became the target of a new FLAMES campaign in 2014 centered on the forbidden [OI] 6300Å line, a well-known tracer of jets and winds in young stars. The goal of this thesis is to explore the richness of data available for NGC 2264 in order to investigate the dynamics of inner circumstellar disks of CTTSs and, with this, to better understand the processes of mass accretion and mass ejection that occur therein. In the rst part of this work, we investigate a group of CTTSs that present photometric variability indicative of extinction from inner disk material. These systems are viewed at high inclinations and represent an opportunity to study the interaction between the stellar magnetosphere and the inner accretion disk through indirect measurements. We analyze their CoRoT light curves alongside their simultaneous Spitzer light curves in order to better understand the dust distribution in the inner disk region, and in this way nd indications of the presence of grains larger than typical interstellar grains. We investigate veiling variability in their FLAMES spectra and u¿¿r color variations, and in many cases nd evidence of hot spots that are spatially associated with occultations of the stellar photosphere by circumstellar material, indicating that the occulting structures may be located at the base of accretion columns. We nd that an occultation model of an inner disk warp, initially proposed to explain the photometric behavior of the CTTS AA Tau, is successful at reproducing the general aspects of most of the quasi-periodic light curves in our sample, nding warps of similar maximum height and azimuthal extension as had been found for AA Tau. We ascribe this AA Tau-like variability to a stable accretion regime and similar but non-periodic variability to an unstable accretion regime. We see indications that a transition, and even certain coexistence, between the two regimes may be common. In the second part of this work we investigate ejection processes through the forbidden [OI] 6300Å emission line. We separate the [OI] line proles into three distinct features: a high-velocity component (HVC), a broad low-velocity component (BLVC), and a narrow low-velocity component (NLVC). The HVC is believed to originate in bipolar, colimated jets, while the origin of the low-velocity components (LVC) is still under debate. Our BLVCs show blueshifts consistent with an origin in inner disk winds. The NLVC has been suggested to arise in X-ray or EUV driven photoevaporative disk winds, which is consistent with some of our ndings, but we have insucient evidence to conrm this. We nd that the luminosities of all components correlate positively with the stellar and accretion luminosity. We also nd that CTTSs accreting in the unstable regime tend to show broader LVCs and stronger HVCs than stars accreting in the stable regime. We only detect the HVC among systems with optically thick inner disks, while the BLVC is found in a few systems with an anemic disk and the NLVC is common among systems with thin inner disks. The ratio of detected NLVCs to BLVCs seems to reect the age of the star forming region, indicating that as a system evolves, the NLVC tends to dominate the [OI] emission. We also show that stellar properties such as eective temperature, mass, and stellar rotation, do not seem to inuence in a signicant way the propagation velocity or luminosity of protostellar jets, and it appears that it is the disk, rather than the star, that governs their launching mechanism.
Assunto
Astrofísica, Análise espectral, Estrelas Formação, Estrelas T Tauri
Palavras-chave
espectroscopia aglomerados: NGC 2264, Acreção, discos de acreção ejeção estrelas: pré-sequência principal técnicas: fotometria