“Agro é tech, agro é pop, agro é tudo”?: um estudo sobre os conflitos pela água intensificados pelo agronegócio em Minas Gerais a partir do caso da Bacia Hidrográfica do Médio São Francisco
dc.creator | José Vitor Palhares dos Santos | |
dc.date.accessioned | 2021-08-20T12:49:41Z | |
dc.date.accessioned | 2025-09-09T00:03:59Z | |
dc.date.available | 2021-08-20T12:49:41Z | |
dc.date.issued | 2021-07-27 | |
dc.description.sponsorship | CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior | |
dc.description.sponsorship | Outra Agência | |
dc.identifier.uri | https://hdl.handle.net/1843/37649 | |
dc.language | por | |
dc.publisher | Universidade Federal de Minas Gerais | |
dc.rights | Acesso Aberto | |
dc.subject | Água | |
dc.subject | Uso | |
dc.subject | Minas Gerais | |
dc.subject.other | Conflitos pela água | |
dc.subject.other | Agronegócio | |
dc.subject.other | Políticas de desenvolvimento | |
dc.subject.other | Ecologia Política | |
dc.title | “Agro é tech, agro é pop, agro é tudo”?: um estudo sobre os conflitos pela água intensificados pelo agronegócio em Minas Gerais a partir do caso da Bacia Hidrográfica do Médio São Francisco | |
dc.type | Tese de doutorado | |
local.contributor.advisor1 | Alexandre de Pádua Carrieri | |
local.contributor.advisor1Lattes | http://lattes.cnpq.br/0555523196295968 | |
local.contributor.referee1 | Amon Narciso de Barros | |
local.contributor.referee1 | Elisa Yoshie Ichikawa | |
local.contributor.referee1 | Fernanda Costa de Matos | |
local.contributor.referee1 | Flávia Luciana Naves Mafra | |
local.creator.Lattes | http://lattes.cnpq.br/9585886677023257 | |
local.description.resumo | Amparado pelo referencial teórico-metodológico da Ecologia Política, meu objetivo geral nesta tese foi analisar os conflitos socioambientais pela água produzidos e intensificados pelo agronegócio em Minas Gerais, problematizando-os à luz de programas e políticas públicas de desenvolvimento destinadas à expansão do setor no estado e a partir do caso na Bacia Hidrográfica do Médio São Francisco. Para tanto, desenvolvi uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa. Foi realizada uma triangulação metodológica, em que adotei múltiplas e complementares técnicas e fontes de evidências para a produção de dados, a saber: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, observação não participante e 14 entrevistas semiestruturadas com atores sociais envolvidos no conflito hídrico analisado na Bacia do Médio São Francisco. O corpus da pesquisa foi analisado mediante Análise Temática (AT). Entre os principais resultados, foi visto que diversos programas e políticas públicas implementados desde a segunda metade do século XX no estado, como o PCI, o PADAP, o PLANOROESTE, o POLOCENTRO, o PRODECER e o PROVÁRZEAS, foram determinantes para consolidar e ampliar a produção e exportação de commodities agropecuárias por parte da elite rural, como também implicou intensificação de uma miríade de conflitos socioambientais em território mineiro, inclusive em conflitos pela água, o que contrasta com a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar social da população almejada por esses programas de desenvolvimento. Foi visto também que o estado de Minas Gerais, apesar de ser considerado a “caixa d’água brasileira”, tem se destacado no cenário nacional em relação aos conflitos hídricos intensificados pelo agronegócio nos últimos anos. Através da pesquisa, foi possível perceber que a constituição desses conflitos tem um caráter inerentemente político, já que são decorrentes das históricas desigualdades no acesso e usos da água entre os diferentes atores sociais e geralmente expressam assimetrias de poder. Há, de um lado, grandes produtores rurais que estão interessados na água enquanto um insumo produtivo, instrumentalizada e explorada como fonte geradora de riqueza; e, de outro lado, populações locais e comunidades tradicionais, cujo principal interesse reside na necessidade do acesso e uso das águas para a sobrevivência e manutenção de seus modos de vida. Foi observado também que a implementação de políticas públicas voltadas para a modernização da agricultura no semiárido mineiro, materializada, entre outras formas, através da implantação do Projeto Jaíba, expandiu o agronegócio da fruticultura irrigada na região e sua inserção no mercado mundial, resultando em um aumento proeminente do uso dos recursos hídricos na Bacia do Médio São Francisco. Tal aspecto, somado aos períodos de estiagem e pouca disponibilidade hídrica, acarretam consequentemente sucessivos conflitos pelo uso da água, cujas características se assemelham aos achados da pesquisa realizada em âmbito estadual. Com base nesses resultados, é possível afirmar que o modelo brasileiro de desenvolvimento agrodependente e neoextrativista vigente (re)produz dinâmicas neocoloniais, como a colonialidade da natureza, em que a água é instrumentalizada e gerida como um mero fator de produção por grandes produtores rurais, com o apoio financeiro e político do Estado, sob o pretexto de ser o agronegócio — principal usuário de água em nível regional, nacional e global — um dos grandes setores responsáveis por induzir o progresso e o crescimento econômico do país, ocasionando, entre outras coisas, intensificação dos conflitos hídricos em Minas Gerais e impedimento ao direito à água de qualidade a populações mais vulneráveis. | |
local.identifier.orcid | https://orcid.org/0000-0002-9190-3875 | |
local.publisher.country | Brasil | |
local.publisher.department | FACE - FACULDADE DE CIENCIAS ECONOMICAS | |
local.publisher.initials | UFMG | |
local.publisher.program | Programa de Pós-Graduação em Administração |