Função dos músculos do assoalho pélvico e sintomas associados em mulheres com câncer de mama em uso de Tamoxifeno, inibidores da aromatase e controles saudáveis

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Universidade Federal de Minas Gerais

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Tipo

Dissertação de mestrado

Título alternativo

Pelvic floor muscle function and symptoms associated in patients with breast cancer using Tamoxifen, aromatase inhibitors, and healthy controls

Membros da banca

Anke Bergmann; Juliana Magalhães Machado Barbosa

Resumo

Introdução: O câncer de mama, embora seja a principal causa de morte por câncer entre mulheres, apresenta aumento da sobrevida devido ao diagnóstico precoce e avanços terapêuticos. Em tumores hormônio-dependentes, é indicada a hormonioterapia por 5 a 10 anos, utilizando moduladores seletivos dos receptores de estrogênio, como o tamoxifeno, ou inibidores da aromatase, com o objetivo de bloquear a ação estrogênica e reduzir a proliferação tumoral. A supressão do estrogênio pode desencadear a Síndrome Genitourinária da Menopausa, associada a sintomas genitais e urinários, frequentemente coexistindo com disfunções do assoalho pélvico, como incontinência, prolapso e dor pélvica crônica. Apesar do crescente interesse científico sobre esse tema, os estudos disponíveis apresentam resultados heterogêneos e raramente especificam a medicação utilizada, tornando os efeitos de cada protocolo terapêutico sobre a função do assoalho pélvico ainda incertos. Objetivo: Comparar a função dos músculos do assoalho pélvico em mulheres em hormonioterapia em uso de tamoxifeno, inibidores da aromatase e controles sem câncer. Métodos: Trata-se de um estudo observacional transversal, realizado no setor de Mastologia de dois hospitais. As participantes foram divididas em três grupos: 1) grupo tamoxifeno, 2) grupo inibidores da aromatase e 3) controles. A avaliação do assoalho pélvico foi realizada através de inspeção e palpação, os sintomas de disfunções do assoalho pélvico foi rastreado pelo Pelvic Floor Bother Questionnaire e os sintomas vaginais pelo Incontinence Questionnaire Vaginal Symptoms Module. Os dados foram coletados no RedCap e analisados no IBM SPSS Statistics 27, considerando um nível de significância de 0.05. Foi realizado o teste de Shapiro-Wilk para normalidade dos dados, e as estatísticas descritivas incluíram frequências e medianas. As comparações entre os grupos foram realizadas por meio dos testes de Kruskal-Wallis e U de Mann-Whitney, com correção de Bonferroni. As associações foram analisadas por meio de razões de chances, teste do qui-quadrado, coeficiente Phi e correlação de Spearman, de acordo com o tipo de variável. Além disso, foram realizadas análise de correspondência múltipla, regressão linear múltipla e regressão logística binária. Resultados: Foram incluídas 93 mulheres, 31 em cada grupo. As mulheres no grupo TAM tinham uma mediana de 57 anos, assim como no grupo controle, e as do grupo IA mediana de 65. A maioria total da amostra era branca ou preta, apresentavam sobrepeso, eram católicas e estavam em um relacionamento. Observou-se uma prevalência significativamente maior de períneo descido em repouso no grupo tratado com inibidores da aromatase em comparação aos grupos tamoxifeno e controle (12.9% vs 0% vs 0% respectivamente, p=0.034), e maior prevalência de prolapso de órgãos pélvicos nos grupos em terapia hormonal (IA 19.4%, TAM 16.1%, controle 0%, p=0.037). As demais funções musculares do assoalho pélvico e prevalência de disfunções do assoalho pélvico e o incômodo por elas causado foram semelhantes entre os grupos. Conclusão: Mulheres em hormonioterapia apresentaram maior prevalência de prolapso de órgãos pélvicos e aquelas em uso de inibidores de aromatase maior descenso perineal. O incômodo relacionado aos sintomas de disfunções foi similar entre as sobreviventes ao câncer de mama e controles saudáveis, e esteve relacionado a idade e renda.

Abstract

Introduction: Breast cancer, although the leading cause of cancer-related death among women, has shown increased survival rates due to early diagnosis and therapeutic advances. In hormone-dependent tumors, endocrine therapy is indicated for 5 to 10 years, using selective estrogen receptor modulators, such as tamoxifen, or aromatase inhibitors, aiming to block estrogenic action and reduce tumor proliferation. Estrogen suppression may trigger Genitourinary Syndrome of Menopause, associated with genital and urinary symptoms, often coexisting with pelvic floor dysfunctions such as incontinence, prolapse, and chronic pelvic pain. Despite growing scientific interest in this topic, available studies present heterogeneous results and rarely specify the medication used, leaving the specific effects of each therapeutic protocol on pelvic floor muscle function uncertain. Objective: To compare pelvic floor muscle function in women undergoing endocrine therapy with tamoxifen, aromatase inhibitors, and cancer-free controls. Methods: This was a cross-sectional observational study conducted in the Mastology departments of two hospitals. Participants were divided into three groups: 1) tamoxifen group, 2) aromatase inhibitors group, and 3) controls. Pelvic floor assessment was performed through inspection and palpation; symptoms of pelvic floor dysfunction were screened using the Pelvic Floor Bother Questionnaire, and vaginal symptoms with the Incontinence Questionnaire Vaginal Symptoms Module. Data were collected in RedCap and analyzed using IBM SPSS Statistics 27, considering a significance level of 0.05. The Shapiro-Wilk test was applied for normality. Descriptive statistics included frequencies and medians. Group comparisons were conducted with Kruskal-Wallis and Mann-Whitney U tests with Bonferroni correction. Associations were examined through odds ratios, chi-square test, Phi coefficient, and Spearman correlation, according to the type of variable. Additionally, multiple correspondence analysis, multiple linear regression, and binary logistic regression were performed. Results: A total of 93 women were included, 31 in each group. Women in the TAM group had a median age of 57 years, similar to controls, while those in the AI group had a median age of 65. Most participants were white or Black, overweight, Catholic, and in a relationship. A significantly higher prevalence of descended perineum at rest was observed in the AI group compared to the TAM and control groups (12.9% vs 0% vs 0%, p=0.034), and a higher prevalence of pelvic organ prolapse in both endocrine therapy groups (AI 19.4%, TAM 16.1%, control 0%, p=0.037). Other pelvic floor muscle functions, prevalence of pelvic floor dysfunctions, and the associated bother were similar across groups. Conclusion: Women undergoing endocrine therapy showed a higher prevalence of pelvic organ prolapse, and those treated with aromatase inhibitors presented more descended perineum. The bother related to dysfunction symptoms was similar between breast cancer survivors and healthy controls and was associated with age and income.

Assunto

Mamas - Câncer - Fisioterapia, Distúrbios do assoalho pélvico

Palavras-chave

câncer de mama; tamoxifeno; inibidores da aromatase

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