Oxigenação muscular e capacidade funcional em indivíduos com doença arterial periférica com e sem diabetes tipo 2
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Editor
Universidade Federal de Minas Gerais
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Tipo
Dissertação de mestrado
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Primeiro orientador
Membros da banca
Luciano Fonseca Lemos de Oliveira
Rafaela Pedrosa
Rafaela Pedrosa
Resumo
A doença arterial periférica (DAP) está associada ao estreitamento progressivo e crônico das artérias, resultando em claudicação intermitente por redução do suprimento sanguíneo para a musculatura. Dentre os fatores de risco, destaca-se o diabetes mellitus (DM), que está associado a maiores taxas de morbimortalidade e maior o risco de complicações. A redução do fluxo sanguíneo muscular ocasionado pela DAP associado ao comprometimento microvascular do DM podem piorar a oxigenação muscular e comprometer a capacidade funcional desses indivíduos. Estudos envolvendo as repercussões das duas condições ainda são incipientes, ainda existem lacunas na compreensão de como a coexistência dessas condições afeta a oxigenação muscular. A espectroscopia por infravermelho próximo (NIRS) é um instrumento que permite a avaliação da oxigenação muscular de forma dinâmica e objetiva e tem sido utilizada em estudos em indivíduos com DAP e DM. A presente dissertação de mestrado tem o objetivo de comparar a oxigenação muscular e a capacidade funcional em indivíduos com DAP com DM (DAPDM), DAP sem DM (DAPSDM), somente DM (DM) e indivíduos aparentemente saudáveis (SAUD). Foi realizado um estudo transversal de três bases de dados de indivíduos adultos acompanhados no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e no município de Florestal. Eles foram avaliados quanto à distância percorrida no Incremental Shuttle Walking Test (ISWT) e quanto a oxigenação muscular pelo uso da NIRS em repouso na manobra de oclusão arterial e no teste de caminhada. A normalidade dos dados foi verificada pelo teste Shapiro-Wilk. A comparação entre grupos foi realizada pela análise de variância (ANOVA one-way). As comparações post-hoc foram realizadas pelo post-hoc de Bonferroni. Para significância estatística foi considerado o valor de alfa de 5%. Foram incluídos 96 participantes, divididos igualmente em cada grupo (n=24). Os grupos foram compostos por indivíduos idosos e com sobrepeso, a idade e o IMC foram semelhantes entre os grupos. A glicemia em jejum e hemoglobina glicada foram mais elevadas, porém semelhantes, nos grupos DAPDM e DM. Na análise da oxigenação, todos os grupos apresentaram variáveis semelhantes em repouso. Foram observadas diferenças na manobra de oclusão arterial com pior oxigenação nos grupos DAPDM e DAPSDM, apresentando queda de saturação mais acentuada em relação aos saudáveis de 54% e 43%, respectivamente, em relação ao grupo SAUD, além do consumo de oxigênio mais elevado (p<0,001). No esforço físico o impacto foi ainda maior nos grupos DAPDM e DAPSDM com maior e mais rápida desoxigenação (12 e 13,5 vezes mais rápida, respectivamente em comparação ao grupo SAUD; p<0,001). Essa resposta foi acompanhada por pior desempenho funcional nos grupos DAPDM e DAPSDM, que percorreram distâncias aproximadamente 58% menores comparado ao grupo SAUD (p<0,001). Esses resultados demonstram que a DAP compromete a oxigenação muscular e a capacidade funcional, independente da presença de DM.
Abstract
Assunto
Doença arterial periférica, Diabetes, Capacidade motora
Palavras-chave
Doença Arterial Periférica; Diabetes Mellitus; Espectroscopia no Infravermelho Próximo; Capacidade Funcional.