#PRIDEFALL: sobre affordances, comunidades e (im)polidez no ambiente digital

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Universidade Federal de Minas Gerais

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Tipo

Tese de doutorado

Título alternativo

#PRIDEFALL: on affordances, communities and (im)politeness on the digital environment

Membros da banca

Gustavo Ximenes Cunha
Luiz Fernando Matos Rocha
Claudio Márcio do Carmo
Fabiana Meireles de Oliveira

Resumo

Recentemente, temos observado que os diálogos em trocas de comunicação têm adquirido viés bélico e violento no meio digital. Prova disso foram os ciberataques à comunidade LGBT+, orquestrados por um grupo dentro da rede social 4chan, em 2019, com o intuito de promover terrorismo digital, empregando uma hashtag (#pridefall), nos perfis na rede social Twitter/X dos usuários que se mostrassem favoráveis ou pertencentes a esta comunidade. Nesse sentido, nosso trabalho tem por objetivo analisar o uso da #pridefall associada aos conceitos de impolidez (Culpeper, 1996, 2008, 2010, 2011) e da impolidez no ambiente digital (Garcés-Conejos Blitvich, 2010; Culpeper, 2018; Oliveira; Carneiro, 2020; Oliveira; Marciano, 2022; Oliveira et. al., 2024). Neste estudo, entendemos a hashtag como uma affordance (Gibson, 1979;1986), recurso com função pressuposta. Sobre esta ferramenta, traçamos um panorama desde seu surgimento até seus usos na atualidade (Boyd, 2007; Houston, 2013; Zappavigna 2015; 2018; Anderson, 2017; Bernard, 2019). Para nossa investigação, o trabalho foi conduzido em duas fases. A primeira foi construída em torno da busca pelo surgimento da #pridefall. A investigação teve início na observação de movimentações, em 2019, no Twitter/X. A #pridefall se tornou um tópico de interesse (trending topic) no ano seguinte, como foi atestado pela ferramenta de busca Google Trend, que indica assuntos em alta na internet. A segunda fase do estudo focou na coleta de postagens feitas no Twitter/X com a hashtag em questão. Por meio da ferramenta de busca avançada da plataforma e do uso da versão do Twitter/X para pesquisas acadêmicas, coletaram-se os dados que foram compilados em um corpus com mais de 2500 postagens. O conteúdo das postagens foi armazenado em formato de texto e as postagens originais também foram salvas. Para tratamento dos dados, análise e categorização, utilizamos o software Sketch Engine, um concordanciador de texto. Os dados foram categorizados e analisados com base no referencial teórico aqui apresentado. Os resultados indicaram o uso da hashtag como forma de mobilização de grupos no meio digital e mecanismo promotor de impolidez. Além disso, destacamos um uso bastante específico dessa affordance, ao qual nomeamos de Efeito Espelho Subvertido. Trata-se do emprego de hashtag que promove o apagamento dos seus criadores e coloca em foco o grupo alvo dos ataques, que se reapropria do recurso digital. Nossa pesquisa contribui para os estudos da impolidez no ambiente digital e propõe um olhar multifacetado para a hashtag como uma ferramenta dinâmica no espaço virtual.

Abstract

Recently, we have observed that dialogues in communicative exchanges have taken on a belligerent and violent tone in digital environments. Evidence of this can be seen in the cyberattacks against the LGBT+ community, orchestrated by a group within the social network 4chan in 2019, with the intent of promoting digital terrorism through the use of the hashtag #pridefall on Twitter/X profiles of users who either supported or belonged to this community. In this context, our study aims to analyze the use of #pridefall in association with the concepts of impoliteness (Culpeper, 1996, 2008, 2010, 2011) and impoliteness in digital environments (Garcés-Conejos Blitvich, 2010; Culpeper, 2018; Oliveira & Carneiro, 2020; Oliveira & Marciano, 2022; Oliveira et al., 2024). In this study, we understand the hashtag as an affordance (Gibson, 1979; 1986), a resource with an assumed function. Regarding this tool, we outline a panorama from its origin to its current uses (Boyd, 2007; Houston, 2013; Zappavigna, 2015, 2018; Anderson, 2017; Bernard, 2019). Our investigation was conducted in two phases. The first phase focused on tracing the emergence of #pridefall, beginning with the observation of activity on Twitter/X in 2019. The hashtag became a trending topic the following year, as confirmed by Google Trends, a tool that highlights popular topics online. The second phase of the study centered on the collection of Twitter/X posts containing the hashtag in question. Using the platform’s advanced search tool and its academic research interface, we compiled a corpus of over 2,500 posts. The content was stored in text format, and the original posts were also preserved. For data processing, analysis, and categorization, we used Sketch Engine, a text concordancer software. The data were categorized and analyzed based on the theoretical framework presented in this study. The results indicated that the hashtag functioned both as a tool for mobilizing groups in digital environments and as a mechanism that promotes impoliteness. Furthermore, we identified a specific usage pattern of this affordance, which we named the Subverted Mirror Effect. This refers to the reappropriation of the hashtag by the targeted group, which redirects the focus away from the original aggressors and instead centers the narrative on the group under attack, effectively erasing the visibility of its creators. Our research contributes to the field of impoliteness studies in digital contexts and offers a multifaceted perspective on the hashtag as a dynamic tool within virtual environments.

Assunto

Análise do discurso, Cortesia (Linguística), Mídia digital, Hashtag (Metadados)

Palavras-chave

Hashtag, Impolidez, Ambiente digital, Affordances

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