Análise fitoquímica de extratos aquosos da folha da cagaita (Eugenia dysenterica DC.) no Cerrado Norte Mineiro, Brasil
Carregando...
Data
Autor(es)
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Universidade Federal de Minas Gerais
Descrição
Tipo
Dissertação de mestrado
Título alternativo
Primeiro orientador
Membros da banca
Ronilson Ferreira Freitas
Ivan Pires de Oliveira
Ivan Pires de Oliveira
Resumo
A Eugenia dysenterica DC. é uma planta nativa do Cerrado brasileiro. Acredita-se que seus frutos possuam efeito purgativo, e que suas folhas tenham ação antidiarreica. Percebe-se insuficiência de estudos químicos e farmacológicos relacionados à folha da Eugenia dysenterica DC. e grande disseminação de conhecimento empírico sobre os possíveis efeitos medicinais dessa parte do vegetal. Esta pesquisa teve como objetivo realizar a análise fitoquímica quantitativa de extratos aquosos das folhas da Eugenia dysenterica DC., para a
identificação e quantificação de compostos fenólicos, flavonoides amarelos e atividade antioxidante em diferentes métodos de extração. A metodologia incluiu a coleta das folhas frescas da espécie e a preparação dos extratos aquosos utilizando três métodos: infusão,
decocção e maceração. O conteúdo fenólico foi determinado pelo método Folin-Ciocalteu. A atividade antioxidante foi avaliada pelo protocolo de complexo fosfomolibdênio. Os Flavonoides foram determinados utilizando a reação com cloreto de alumínio (AlCl3). O
experimento foi baseado em um delineamento inteiramente casualizado com três repetições independentes. A análise de variância unidirecional (ANOVA) foi utilizada para comparar todas as variáveis, e o teste de Tukey foi empregado para calcular as diferenças significativas (p ≤ 0,05). Os dados foram analisados no software Statistica versão 10.0 e os resultados foram expressos como média ± erro padrão. Houve identificação de conteúdo fenólico total na decocção com média de 142,31 mg/100 mL, seguida pela maceração 70,08 mg/100 mL e, por último, a infusão 2,35 mg/100 mL. A respeito do teor de flavonoides amarelos totais, a decocção
apresentou uma média de 11,19 mg/100 mL de amostra. Quanto a maceração, o teor médio no extrato foi de 33,59 mg/100 mL. Já na infusão, não foram detectados (ND) flavonoides amarelos totais. Na avaliação da atividade antioxidante das folhas frescas da Eugenia
dysenterica. DC, a maceração destaca-se com a maior concentração de equivalentes antioxidantes totais 1760,15 mg/100 mL, seguida pela decocção 700,96 mg/100 mL e, por último, pela infusão 14,10 mg/100 mL. A maceração foi o método mais eficaz para extrair
flavonoides amarelos totais das folhas frescas de Eugenia dysenterica. DC, enquanto na infusão não houve detecção do composto e a decocção apresentou uma eficácia intermediária. A decocção foi o método mais eficaz para extrair compostos fenólicos totais, seguido pela maceração e, por último, a infusão. A maceração foi o método mais eficaz para obter a maior atividade antioxidante, seguido pela decocção e, por último, pela infusão. Os resultados obtidos neste estudo fornecem informações preliminares relevantes quanto a produção de metabólitos secundários na espécie estudada. Todavia, fatores internos, como método de extração utilizado,
influenciaram na quantificação desses compostos. As diferenças estatisticamente significativas indicam que a escolha do método de extração deve ser guiada pelo tipo de composto bioativo de interesse e suas características de estabilidade térmica e que essa escolha é determinante para maximizar a obtenção de determinados metabólitos secundários da Eugênia Dysenterica DC. O presente estudo contribui para a valorização da biodiversidade regional, promovendo o reconhecimento do potencial medicinal e econômico da planta nativa do Cerrado.
Abstract
Eugenia dysenterica DC. is a plant native to the Brazilian Cerrado. It is believed that its fruits have a purgative effect, and that its leaves have antidiarrheal action. There is a lack of chemical and pharmacological studies related to the leaves of Eugenia dysenterica DC. and a large dissemination of empirical knowledge about the possible medicinal effects of this part of the plant. This research aimed to perform the quantitative phytochemical analysis of aqueous extracts of the leaves of Eugenia dysenterica DC., for the identification and quantification of phenolic compounds, yellow flavonoids and antioxidant activity in different extraction methods. The methodology included the collection of fresh leaves of the species and the preparation of aqueous extracts using three methods: infusion, decoction and maceration. The phenolic content was determined by the Folin-Ciocalteu method. The antioxidant activity was evaluated by the phosphomolybdenum complex protocol. Flavonoids were determined using the reaction with aluminum chloride (AlCl3). The experiment was based on a completely randomized design with three independent replicates. One-way analysis of variance (ANOVA) was used to compare all variables, and Tukey's test was used to calculate significant differences (p ≤ 0.05). Data were analyzed using Statistica software version 10.0 and results were expressed as mean ± standard error. Total phenolic content was identified in the decoction with an average of 142.31 mg/100 mL, followed by maceration 70.08 mg/100 mL and, finally, infusion 2.35 mg/100 mL. Regarding the total yellow flavonoid content, the decoction presented an average of 11.19 mg/100 mL of sample. Regarding maceration, the average content in the extract was 33.59 mg/100 mL. In the infusion, no total yellow flavonoids (ND) were detected. In the evaluation of the antioxidant activity of fresh leaves of Eugenia dysenterica. DC, maceration stood out with the highest concentration of total antioxidant equivalents 1760.15 mg/100 mL, followed by decoction 700.96 mg/100 mL and, lastly, infusion 14.10 mg/100 mL. Maceration was the most effective method to extract total yellow flavonoids from fresh leaves of Eugenia dysenterica. DC, while infusion was not detectable and decoction showed intermediate efficacy. Decoction was the most effective method to extract total phenolic compounds, followed by maceration and, lastly, infusion. Maceration was the most effective method to obtain the highest antioxidant activity, followed by decoction and, lastly, infusion. The results obtained in this study provide relevant preliminary information regarding the production of secondary metabolites in the species studied. However, internal factors, such as the extraction method used, influenced the quantification of these compounds. The statistically significant differences indicate that the choice of extraction method should be guided by the type of bioactive compound of interest and its thermal stability characteristics, and that this choice is crucial to maximize the production of certain secondary metabolites from Eugenia Dysenterica DC. This study contributes to the appreciation of regional biodiversity, promoting the recognition of the medicinal and economic potential of the native plant of the Cerrado.
Assunto
Fitoquímicos, Antioxidantes, Frutas
Palavras-chave
Eugenia dysenterica, Perfil fitoquímico, Atividade antioxidante
Citação
Departamento
Endereço externo
Avaliação
Revisão
Suplementado Por
Referenciado Por
Licença Creative Commons
Exceto quando indicado de outra forma, a licença deste item é descrita como Acesso Restrito