As vozes presentes em narrativas de vida de pacientes esquizofrênicos: análise do documentário Pára-me de repente o pensamento,de Jorge Pelicano

dc.creatorBarbara do Vale Reis de Sousa
dc.date.accessioned2019-08-11T11:30:15Z
dc.date.accessioned2025-09-09T01:02:14Z
dc.date.available2019-08-11T11:30:15Z
dc.date.issued2018-03-06
dc.description.abstractFrom the perspective of the French discourse analysis, this work aims to study two Portuguese schizophrenic patients narratives of life, recounted throughout the documentary Pára-me de repente o pensamento, directed by Jorge Pelicano in 2014. Thus, we seek to unveil the representations that these two individuals make of themselves, of schizophrenia, of other individuals and, at the same time, apprehend those discourses made by the others (of other instances) that cross their saying. In order to contextualize the corpus and to support its analysis, we refer to the theories of the fields of psychoanalysis, cinema and narrative of life. The analytical device focused on the discursive heterogeneity demonstrated (complemented by constitutive heterogeneity), from some categories of global semantics and the notion of ethos based, mainly, onMaingueneau's (1997, 2008a, 2008b, 2008c, 2008d, 2011). In this context, our research revealed, summarily, that the voices present in the two enunciators narratives of life, Abreu and Carvalho, refer to discourses such as psychiatry based on organic principles and common sense, stigmatizing about schizophrenia / psychosis, which points outschizophrenics as "mad", "lunatic" and so on. We have also found out that the schizophrenic himself, on the one hand, "rejects" schizophrenia and, on the other hand, "accepts" it as a psychic condition from which he does not feel guilty. At the same time, with regard to the construction of self-images, there is a "slip" between a schizophrenic ethos and a non-schizophrenic (cured) ethos, which refer to a before / there (in the past /outside the walls of the hospital) and to one now / here (in the present / in the psychiatric centre), still pointing to a future outside the walls. These voices, which develop the (small) life narratives of the patients / enunciators and build the (great) history of schizophrenia,show, after all, that despite some advances made, for example, by Lacanian psychoanalysis, the schizophrenics are still excluded from social contact, either by a physical barrier (such as the Conde de Ferreira psychiatric internment centre) or by the stigmatizing social imaginary itself.
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/1843/LETR-AXPP29
dc.languagePortuguês
dc.publisherUniversidade Federal de Minas Gerais
dc.rightsAcesso Aberto
dc.subjectEsquizofrênicos Narrativas pessoais
dc.subjectAnálise do discurso
dc.subjectSemântica
dc.subjectPsicanálise
dc.subjectPára-me de repente o pensamento (Filme)
dc.subjectRetórica
dc.subject.othernarrativa de vida
dc.subject.otherdocumentário
dc.subject.otheréthos
dc.subject.othersemântica global
dc.subject.otherpsicanálise
dc.subject.otherheterogenidade discursiva
dc.titleAs vozes presentes em narrativas de vida de pacientes esquizofrênicos: análise do documentário Pára-me de repente o pensamento,de Jorge Pelicano
dc.typeDissertação de mestrado
local.contributor.advisor1Glaucia Muniz Proenca Lara
local.contributor.referee1Bruno Focas Vieira Machado
local.contributor.referee1Maria Leda Pinto
local.contributor.referee1Ida Lucia Machado
local.description.resumoÀ luz da análise do discurso francesa, o presente trabalho tem como objeto de estudo as narrativas de vida de dois pacientes esquizofrênicos portugueses, contadas ao longo do documentário Pára-me de repente o pensamento, dirigido por Jorge Pelicano, em 2014.Buscamos, assim, desvelar as representações que esses dois sujeitos constroem de si mesmos, da esquizofrenia, de outros sujeitos e, ao mesmo tempo, apreender os discursos outros (de outras instências) que atravessam o seu dizer. Para contextualizar o corpus e amparar sua análise, reportamo-nos a teorias da área da psicanálise, do cinema e da narrativa de vida. Já o dispositivo analítico girou em torno da heterogeneidade discursiva mostrada (complementada pela heterogeneidade constitutiva), de algumas categorias da semântica global e da noção de éthos, a partir das contribuições, sobretudo, de Maingueneau (1997, 2008a, 2008b, 2008c, 2008d, 2011). Nesse cenário, nossa pesquisa revelou, sumariamente, que as vozes presentes nas narrativas de vida dos dois locutores, Abreu e Carvalho, remetem a discursos como, por exemplo, o da psiquiatria de base fundamentalmente organicista e o do senso comum, estigmatizante acerca da esquizofrenia/psicose, que taxa os esquizofrênicos de doidos, maluquinhos etc. Vimos ainda que o próprio esquizofrênico, por um lado, rejeita a esquizofrenia e, por outro, a aceita como uma condição psíquica da qual ele não se sente culpado. Ao mesmo tempo, no que diz respeito, à construção de imagens de si, há um "deslizamento entre um éthos de esquizofrênico e um éthos de não esquizofrênico (curado), que, em linhas gerais, se reportam, respectivamente, a um antes/lá (no passado/fora dos muros do hospital) e a um agora/aqui (no presente/no centro psiquiátrico), apontando ainda para um futuro extramuros. Essas vozes, que vão tecendo as (pequenas) narrativas de vida dos pacientes/locutores e construindo a (grande) história da esquizofrenia, mostram, afinal, que apesar de alguns avanços, empreendidos, por exemplo, pela psicanálise lacaniana, os esquizofrênicos ainda são excluídos do convívio social quer por uma barreira física (como, por exemplo, o centro de internamento psiquiátrico Conde de Ferreira) quer pelo próprio imaginário social estigmatizador.
local.publisher.initialsUFMG

Arquivos

Pacote original

Agora exibindo 1 - 1 de 1
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
1873m.pdf
Tamanho:
1.8 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format