Fatores contextuais associados à autopercepção da extensão territorial da vizinhança
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Universidade Federal de Minas Gerais
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Tese de doutorado
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Resumo
Introdução: Muitos estudos têm investigado a relação entre saúde e vizinhança. No entanto,
essas pesquisas encontram desafios em questões metodológicas, como a correta delimitação
de vizinhança. Para tanto, existem duas estratégias principais: a primeira utiliza fronteiras
artificiais, geralmente criadas para finalidades administrativas; a segunda considera a
definição do próprio indivíduo, a vizinhança autopercebida. Objetivo: Identificar os fatores
contextuais associados ao tamanho da vizinhança autopercebida. Métodos: Dados individuais
e do ambiente percebido foram obtidos por meio do inquérito domiciliar “Saúde em Beagá”
(2008 e 2009), e os dados objetivos do ambiente por meio de Observação Social Sistemática
(OSS), realizado nos Distritos Sanitários Oeste e Barreiro de Belo Horizonte, Minas Gerais. O
“Saúde em Beagá” foi um estudo de amostra probabilística por conglomerado realizado em
três estágios: setor censitário, domicílio e um residente adulto. Foram entrevistados 4.048
indivíduos, que deram origem a 1.295 segmentos de ruas por meio de sorteio aleatório. O
sorteio foi realizado com endereços de residência, posteriormente agrupados em 147
vizinhanças, tomando como base o setor censitário. Para verificar a associação entre
percepção da extensão territorial da vizinhança e os fatores contextuais observados, foi
utilizada a regressão logística ordinal multinível. As seguintes variáveis contextuais foram
testadas: escalas de percepção do ambiente físico e social da vizinhança, densidade
demográfica e conectividade das ruas. Em seguida, foi avaliada a influência da segregação
residencial por posição socioeconômica. No segundo nível, foram testadas as variáveis
obtidas pela OSS. As covariáveis individuais foram utilizadas como ajuste em ambas as
análises. Resultados: Residentes que perceberam sua vizinhança mais propícia ao
deslocamento a pé (OR=2,96; IC95%: 1,29-3,82) e mais violenta (OR=1,35; IC95%: 1,12-
1,62); também perceberam sua vizinhança de forma mais ampla. Considerando a OSS, apenas
o subdomínio itens de trânsito para pedestres (grade, faixa, passarela) esteve associado à
percepção de maior extensão territorial da vizinhança (OR=1,26; IC95%: 1,04-1,54). A
segregação residencial não esteve associada à percepção da extensão territorial da vizinhança.
Conclusão: Os achados do presente estudo contribuem para o melhor entendimento do
conceito de vizinhança autopercebida. A identificação dos fatores contextuais associados a
essa variável pode ser utilizada para apoiar a construção e operacionalização de conceitos
mais robustos de vizinhança. Estudos que considerem vizinhanças mais próximas dos locais
vivenciados pelos indivíduos podem fornecer evidências mais sólidas sobre os impactos da
vizinhança na saúde.
Abstract
Assunto
Saúde da População Urbana, Percepção Social, Serviços de Saúde Suburbana, Autoimagem
Palavras-chave
Saúde Urbana, Ambiente Percebido, Observação Social Sistemática, Vizinhança