Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/36046
Tipo: Dissertação
Título: Megacólon chagásico: contribuições à compreensão da patogênese a partir de estudos experimentais em modelo murino in vivo e in vitro do sistema nervoso entérico.
Autor(es): Mayra Fernanda Ricci
Primeiro Orientador: Rosa Maria Esteves Arantes
Primeiro Coorientador: Samantha Ribeiro Béla
Resumo: A doença de Chagas (DC) é uma doença tropical causada pelo Trypanosoma cruzi. Uma das apresentações da DC crônica é a forma gastrointestinal. O megacólon foi descrito como manifestação tardia da DC por Koberle na década de 50, e desde então a participação do sistema nervoso entérico intrínseco no controle da função muscular da parede intestinal tem sido aventada como o mecanismo patogênico. No modelo murino de megacólon chagásico estabelecido por nosso grupo observamos perda de corpos neuronais nos gânglios do plexo mioentérico apenas na fase aguda, acompanhado de desnervação (axonal) intramuscular em todos os períodos a partir de 7 meses pós infecção (m.p.i.) com impacto no aumento da espessura da parede muscular a partir de 12 m.p.i. Padronizou-se uma cultura primaria de neurônios mioentéricos que se desenvolve na presença de células musculares lisas. As culturas infectadas com as cepas Y e Dm28c de T. cruzi apresentaram grande número de neurônios nitrérgicos, os quais se encontravam parasitados, e exibiram maior oxidação pela sonda DAF-FM, que detecta espécies reativas de nitrogênio (ERN). Os mecanismos de morte neuronal in vitro na fase aguda envolveram danos à estrutura mitocondrial do neurônio (estresse oxidativo) e processo inflamatório agudo enquanto o mecanismo de desnervação axonal ocorre de forma progressiva na fase crônica em associação com a persistência do DNA do parasito e presença de infiltrado inflamatório mononuclear com predomínio de linfócitos CD8+ e alterações fenotípicas das células musculares lisas. Em estudos de motilidade in vivo e ensaios eletrofisiológicos e farmacológicos ex vivo paralelos à cinética experimental observou-se alteração da amplitude de contração da musculatura lisa, bem como sua ritmicidade na infecção crônica (15 m.p.i.). Os ensaios farmacológicos sugerem alterações na resposta funcional do receptor muscarínico. Na fase aguda o bloqueio por atropina diminuiu a resposta contrátil, ocorrendo o contrário na fase crônica. Tais respostas em conjunto com a observação de diminuição da expressão do receptor muscarínico (WB) indica dano estrutural na fase crônica. Já o bloqueio dos receptores nicotínicos na fase aguda levou a aumento de amplitude de contração nos animais infectados, em correlação com aumento da expressão destes receptores. Esse estudo integra a história natural da doença de Chagas na fase aguda e crônica e abre perspectivas para o desenho de intervenções terapêuticas direcionadas aos mecanismos patogenéticos da doença intestinal.
Assunto: Trypanosoma cruzi
Doença de Chagas
Megacolo
Óxido Nítrico
Espécies Reativas de Nitrogênio
Neurônios Nitrérgicos
Sistema Nervoso Entérico
Dissertação Acadêmica.
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: ICB - INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLOGICAS
Curso: Programa de Pós-Graduação em Patologia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/36046
Data do documento: 16-Abr-2020
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