Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/1843/44281
Type: Tese
Title: Pressões respiratórias máximas: da busca de evidências à aplicabilidade clínica
Other Titles: Maximal respiratory pressures: from evidence search to clinical applicability
Authors: Bruna Mara Franco SIlveira
First Advisor: Verônica Franco Parreira
Abstract: As medidas das pressões respiratórias máximas (PRM) são amplamente utilizadas para avaliar a força dos músculos respiratórios. É um método simples, rápido, não invasivo e bem tolerado, em que os indivíduos devem gerar pressões inspiratórias e expiratórias máximas (PImáx e PEmáx, respectivamente) contra uma peça bocal ocluída. Os valores obtidos durante essas medidas são influenciados pelo volume pulmonar em que o teste é realizado. Medidas de PRM realizadas em nível de capacidade residual funcional (CRF) podem ser menos influenciadas pela pressão de recolhimento elástico do sistema respiratório. Os objetivos da presente tese foram: i) resumir e avaliar criticamente as evidências sobre as propriedades de medida confiabilidade e validade na mensuração das PRM, usando as recomendações do COSMIN, ii) avaliar a validade concorrente do manovacuômetro TrueForce (LabCare/LEB – UFMG, Brasil) para medidas de PRM realizadas em volume residual (VR) e capacidade pulmonar total (CPT) e as confiabilidades teste-reteste e interexaminador para as PRM obtidas em CRF com o TrueForce em indivíduos saudáveis, além de comparar as medidas realizadas em diferentes volumes pulmonares com o novo instrumento em dois grupos: indivíduos saudáveis e indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica, iii) comparar as pressões inspiratórias obtidas em CRF com as medidas em VR, assim como comparar as pressões expiratórias obtidas em nível de CRF com as medidas em CPT em cinco grupos de indivíduos com diferentes condições de saúde (pós-COVID-19, DPOC, fibrose pulmonar idiopática, insuficiência cardíaca e acidente vascular encefálico), além de comparar as diferenças médias entre as medidas obtidas em CRF e em VR, assim como em CRF e CPT entre os cinco grupos, iv) investigar a utilização clínica das medidas de PRM por fisioterapeutas com experiência nas áreas de Fisioterapia cardiorrespiratória e Fisioterapia em terapia intensiva sob diferentes aspectos das medidas. O primeiro estudo desta tese é uma revisão sistemática que reuniu estudos que avaliaram as propriedades de medida confiabilidade e validade das medidas de PRM. A pesquisa bibliográfica foi realizada nas bases de dados PubMed e EMBASE. Esta revisão foi elaborada de acordo com as recomendações do COSMIN e relatada de acordo com a recomendação PRISMA. Vinte e seis estudos foram incluídos. A confiabilidade teste-reteste foi classificada como nível de evidência moderado para PImáx e PEmáx, a confiabilidade interexaminador foi classificada como nível de evidência baixo para PImáx e muito baixo para PEmáx e o erro de medida foi muito baixo para PImáx e PEmáx. A validade concorrente foi classificada como nível de evidência alto para PImáx e PEmáx. As propriedades teste-reteste e erro de medida para PImáx obtida em CRF foram classificadas como nível de evidência muito baixo, sem evidências suficientes para conclusões sobre as outras propriedades de medida e sobre PEmáx em CRF. Para o segundo estudo, as PRM foram avaliadas em 100 indivíduos saudáveis e realizadas utilizando os intrumentos TrueForce e o padrão-ouro MicroRPM® em níveis de VR e CPT para avaliar validade concorrente. As PRM foram obtidas em nível de CRF utilizando o TrueForce para avaliar as confiabilidades teste-reteste e interexaminador. As comparações entre PImáx-CRF em comparação com VR e PEmáx-CRF em comparação com CPT foram realizadas em 100 indivíduos saudáveis e 15 indivíduos com DPOC. Os coeficientes de correlação intraclasse para a validade concorrente foram 0,77 e 0,86 para PImáx e PEmáx, respectivamente. Os coeficientes foram 0,87 e 0,78 para a avaliação da confiabilidade teste-reteste (PImáx e PEmáx, respectivamente) e 0,91 e 0,84 para a confiabilidade interexaminador (PImáx e PEmáx, respectivamente). Valores de p para os coeficientes de correlação intraclasse <0,001. As PRM foram menores quando obtidas em CRF em indivíduos saudáveis e com DPOC. Para o terceiro estudo, PImáx e PEmáx foram obtidas em VR, CPT e CRF em ordem aleatorizada em indivíduos com diferentes condições de saúde (15 participantes foram avaliados em cada grupo). As pressões inspiratórias em CRF foram menores que em VR, assim como as pressões expiratórias em CRF foram menores que em CPT (p≤0,005 para todos). As diferenças médias entre a PImáx em VR e CRF variaram entre 8,0 e 12,8 cmH2O e as diferenças médias entre a PEmáx em CPT e CRF variaram entre 51,9 e 62,9 cmH2O. As diferenças médias foram semelhantes entre os grupos (p≥0,227 para todos). Para o quarto estudo, um questionário online e transversal foi enviado para fisioterapeutas das áreas de Fisioterapia cardiorrespiratória e Fisioterapia em terapia intensiva no Brasil. Cento e setenta e nove respostas foram obtidas e 168 foram incluídas nas análises. A maioria dos fisioterapeutas relatou que atualmente usa (109/168, 65%), ou já usou medidas de PRM (44/59, 75%). A maioria relatou utilizar o manômetro aneroide (70/109, 64%), escolhendo os valores de referência propostos por Neder et al. (35/109, 32%), registrando o pico (34/109, 31%) e as pressões sustentadas (34/109, 31%), e realizando as medidas em VR para PImáx (59/109, 54%), e em CPT para PEmáx (34/109, 31%). A maioria dos fisioterapeutas não conhecia todas as indicações e contraindicações para medidas de PRM. Sumarizando, os resultados dos quatro estudos incluídos na presente tese contribuem para o conhecimento em relação às medidas das PRM, desde às evidências científicas apresentadas em uma revisão sistemática até o entendimento da aplicabilidade clínica das medidas.
Abstract: Maximal respiratory pressures (MRP) measurements are widely used to assess respiratory muscle strength. This is a simple, fast, non-invasive, and well-tolerated method in which individuals generate maximal inspiratory and expiratory pressures (PImax and PEmax, respectively) against an occluded mouthpiece. The values obtained during these measurements are influenced by the lung volume in which the test is performed. MRP measurements obtained at the functional residual capacity (FRC) level may minimize the influence of the elastic recoil pressure of the respiratory system on the measures. The aims of the present thesis were: i) to summarize and critically appraise the evidence on the measurement properties reliability and validity of MRP measurements using the COSMIN recommendations, ii) to evaluate concurrent validity of the TrueForce (LabCare/LEB – UFMG, Brazil) for MRP obtained at residual volume (RV) and total lung capacity (TLC), and test-retest and inter-rater reliability of MRP obtained at FRC with the TrueForce in healthy individuals, as well as to compare values obtained at different volumes in healthy individuals and individuals with COPD, iii) to compare inspiratory pressures obtained at functional residual capacity FRC with measures at RV, and expiratory pressures obtained at FRC with measures at TLC in individuals with health conditions (post-COVID-19, chronic obstructive pulmonary chronic, idiopathic pulmonary fibrosis, heart failure and stroke), and to compare the mean differences between measurements at FRC and RV/TLC among the groups, iv) to investigate the use of MRP by physiotherapists with experience in the cardiorespiratory and intensive care fields. The first study of this thesis is a systematic review that gathered studies evaluating the measurement properties reliability and validity of MRP. The literature search was performed in PubMed and EMBASE databases. This review was designed following the COSMIN recommendations, and reported according to PRISMA statement. Twenty-six studies were included. Test-retest reliability was graded as moderate level of evidence for PImax and PEmax, interrater reliability was low for PImax and very low for PEmax, and measurement error was very low for PImax and PEmax. Concurrent validity was graded as high level of evidence for PImax and PEmax. Test-retest and measurement error for PImax obtained at functional residual capacity were graded as very low quality evidence, with no sufficient evidence for conclusions on the other measurement properties and PEmax at FRC. For the second study, MRP of 100 healthy individuals were obtained using the TrueForce and the gold-standard (MicroRPM®) at RV and TLC to evaluate concurrent validity. MRP were obtained at FRC using the TrueForce to evaluate test-retest and interrater reliability. The intraclass correlation coefficient were 0.77 and 0.86 for concurrent validity for PImax and PEmax, respectively. The coefficients were 0.87 and 0.78 for test-retest reliability (PImax and PEmax, respectively) and 0.91 and 0.84 for inter-rater reliability (PImax and PEmax, respectively). MRP were lower When obtained at FRC for healthy individuals and with COPD. For the third study, inspiratory and expiratory pressures were obtained at RV, TLC and FRC in a random order with individuals with different health conditions (15 individuals were included in each group). Inspiratory pressures at FRC were lower than RV, and expiratory pressures at FRC were lower than TLC (p≤0.005 for all). The mean differences between PImax at RV and FRC were between 8.0 and 12.8 cmH2O, and the mean differences between PEmax at TLC and FRC were between 51.9 and 62.9 cmH2O. All mean differences were similar among groups (p≥0.227 for all). For the fourth study, an online, cross-sectional, survey was developed for physiotherapists in the cardiorespiratory and intensive care fields in Brazil, and sent via electronic mail. Of the 179 responses obtained, 168 were included in the analyses. Most physiotherapists reported that currently use (109/168, 65%), or already used MRP measurements (44/59, 75%). The majority reported using the aneroid manometer (70/109, 64%), choosing the reference values proposed by Neder et al. (35/109, 32%), recording peak (34/109, 31%) and sustained pressures (34/109, 31%), and performing the measurements at RV for PImax (59/109, 54%), and at TLC for PEmax (34/109, 31%). Most physiotherapists were not aware of all indications and contraindications for MRP measurements. Summarizing, the results of the four studies included in this thesis contribute to the knowledge regarding MRP measures, from the scientific evidence presented ins a systematic review to the understanding of the clinical applicability of the measures.
Subject: Pulmões
Sistema respiratório
Exercícios respiratórios
Fisioterapia
language: por
metadata.dc.publisher.country: Brasil
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
metadata.dc.publisher.department: EEFFTO - ESCOLA DE EDUCAÇÃO FISICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL
metadata.dc.publisher.program: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/44281
Issue Date: 10-Feb-2022
Appears in Collections:Teses de Doutorado

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Tese_Bruna_Mara_Franco_Silveira.pdfArquivo final após alterações solicitadas.8.4 MBAdobe PDFView/Open


Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.