Use este identificador para citar o ir al link de este elemento: http://hdl.handle.net/1843/59089
Tipo: Dissertação
Título: Angola, meu t(r)emor: uma experiência autoetnográfica nos (des)encontros universidade-escola
Título(s) alternativo(s): Angola, my fear and tremor: an autoethnographic experience within the university-school (mis)matches
Autor(es): Carolina Fernandes Archer
primer Tutor: Valdeni da Silva Reis
primer miembro del tribunal : Leandro Rodrigues Alves Diniz
Segundo miembro del tribunal: Joziane Ferraz de Assis
Resumen: A presente pesquisa tem como contexto a relação estabelecida entre mim, pesquisadora parceria, e dois professores da zona rural de Cabinda/Angola, em uma parceria universidade ­escola, em meio ao projeto extensionista UNISALE ­ vinculado ao Programa Interfaces da Formação em Língua Estrangeira da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais. Especificamente, a parceria se desenrolou no escopo da edição “UNISALE Vai Além”, ao longo de 12 meses, nos quais, juntos, eu e os professores­parceiros, (re)pensamos possibilidades para sua prática didática. Em Cabinda, ambos encontravam desafios em suas salas de aula relativos à ausência de reconhecimento do vivo contexto multilíngue da região pelas políticas linguísticas e educacionais do país (BERNANRDO, 2018). No entanto, esta pesquisa não se volta aos materiais didáticos por nós produzidos, nem aos possíveis deslocamentos subjetivos vivenciados pelos professores neste processo ­ movimentos comuns a outros trabalhos do campo (CAMPOS, 2019; REIS et al., 2022, entre outros). Ao contrário, esta investigação parte do pressuposto de que é preciso que a Universidade volte seu olhar escrutinador também para si, a fim de alcançar o objetivo do UNISALE, isto é, reposicioná ­la em uma relação historicamente marcada por discursos coloniais e hierárquicos (MATEUS, 2009). Assim, esta pesquisa busca compreender de que forma eu, pesquisadora­parceira, tive minha subjetividade afetada enquanto me relacionava com os professores de Angola. Para tanto, mobilizei a autoetnografia como método e performance (ASSIS, 2018), dado que abordagem permite ao pesquisador investigar a maneira como aquilo que lhe afeta, relaciona se a comportamentos e práticas socioculturais (JONES, ADAMS E ELLIS, 2013), oferecendo uma ótica outra sobre fenômenos muitas vezes tidos como cristalizados. A pesquisa, então, fez­se durante a parceria ­ por meio das narrativas que compõem o corpus ­ e durante a própria escrita deste texto, em que concluo a performance autoetnográfica. A discussão dos vários dos trechos narrativos ­ ancorada na Análise do Discurso (ORLANDI, 1999/2020) ­desenvolve­se ao longo de toda a escrita, relacionando­se dialeticamente tanto com a teoria quanto com a metodologia, uma vez que as evoca e é por elas fundamentada. As conclusões revelam que, ao me tornar sensível e receptiva à experiência singular (LARROSA, 2014) de estar presente (BIESTA, 2017) com o outro em parceria, fui afetada na forma como compreendo a língua, o fazer do pesquisador, a Universidade e a própria parceria. Nesse sentido, transformei minha compreensão sobre a língua que constitui a identidade do sujeito, enquanto foco do meu fazer profissional, como sua possibilidade de territorialidade mínima (HAESBAERT, 2004/2021). Por fim, ainda por efeito desses afetos, defendo que é preciso que o sujeito pesquisador, em uma relação universidade­escola, assuma suas paixões (LARROSA, 2014) para que a Universidade possa ser verdadeiramente reposicionada.
Abstract: This research is contextualized within the relationship established between me, the researcher­partner, and two teachers from the rural area of Cabinda/Angola, in a universityschool partnership, as part of the UNISALE extension project ­ which is linked to the Interfaces Program for Foreign Language Education at the Faculty of Letters of the Federal University of Minas Gerais. Specifically, the partnership was unfolded within the scope of the "UNISALE Vai Além" edition, over a period of 12 months, during which the partner­teachers and I (re)considered possibilities for their teaching practice. In Cabinda, both teachers faced challenges in their classrooms related to the absence of recognition of the region's multilingual context by the country's language and educational policies (BERNARDO, 2018). However, this research does not focus on the teaching materials produced by us or the potential subjective shifts experienced by the teachers in this process ­ common aspects in other works in the field (CAMPOS, 2019; REIS et al., 2022, among others). On the contrary, this investigation is based on the assumption that the university must turn its scrutinizing gaze upon itself in order to achieve the objective of UNISALE, which is to reposition it in a relationship historically marked by colonial and hierarchical discourses (MATEUS, 2009). Thus, this research seeks to understand how my subjectivity as a researcher­partner was affected while engaging with the teachers from Angola. To this end, I employed autoethnography as a method and performance (ASSIS, 2018), as this approach allows researchers to explore how what affects them relates to sociocultural behaviors and practices (JONES, ADAMS, & ELLIS, 2013), offering a different perspective on phenomena that are often regarded as fixed. The research was conducted during the partnership ­ through the narratives that constitute the corpus ­ and during the writing of this text itself, where I conclude the autoethnographic performance. The discussion of various narrative excerpts ­grounded in Discourse Analysis (ORLANDI, 1999/2020) theory ­ unfolds throughout the entire writing, dialectically relating to both theory and methodology, as it invokes and is based on them. The conclusions reveal that by becoming sensitive and receptive to the singular experience (LARROSA, 2014) of being present (BIESTA, 2017) with the other in partnership, I was affected in how I understand language, the researcher's practice, the university, and the partnership itself. In this sense, I transformed my understanding of language that constitutes the subject's identity, as the focus of my professional practice, as its possibility of minimum territoriality (HAESBAERT, 2004/2021). Lastly, as a result of these affectations, I argue that the researcher­subject in a university­school relationship must embrace their passions (LARROSA, 2014) in order for the university to be truly repositioned.
Asunto: Linguagem e línguas – Estudo e ensino
Professores de línguas – Aspectos psicológicos
Etnologia
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Institución: UFMG
Departamento: FALE - FACULDADE DE LETRAS
Curso: Programa de Pós-Graduação em Estudos Linguísticos
Tipo de acceso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/59089
Fecha del documento: 24-ago-2023
Aparece en las colecciones:Dissertações de Mestrado

archivos asociados a este elemento:
archivo Descripción TamañoFormato 
Angola, meu t(r)emor - uma experiência autoetnográfica nos (des)encontros universidade-escola.pdf1.13 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Los elementos en el repositorio están protegidos por copyright, con todos los derechos reservados, salvo cuando es indicado lo contrario.