Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/76798
Tipo: Tese
Título: Nas ruas e para além delas : um olhar comunicacional sobre a 1ª Marcha das Mulheres Negras e a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas
Autor(es): Cecília Bizerra Sousa
Primeiro Orientador: Vera Regina Veiga França
Primeiro membro da banca : Laura Guimarães Corrêa
Segundo membro da banca: Maria Fernanda Salcedo Repolês
Terceiro membro da banca: Ângela Lúcia Silva Figueiredo
Quarto membro da banca: Pablo Moreno Fernandes Viana
Resumo: Este trabalho buscou compreender o processo organizativo da 1ª Marcha das Mulheres Negras (2015) e da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas (2019) por meio da análise das interações comunicativas estabelecidas ao longo do processo de construção das duas mobilizações. Através das lentes ofertadas pelo Pensamento Feminista Negro e pelo Modelo Praxiológico da Comunicação, e diante de um corpus composto por 10 entrevistas (com cinco lideranças de cada marcha), olhou-se para as dinâmicas interacionais percebendo os seus resultados e identificando os elementos compartilhados e como eles influenciam na construção das sujeitas, das marchas, dos movimentos aos quais elas estão vinculadas e, ainda, no desdobramento dos processos comunicacionais. Percebeu-se que, a partir de um processo de tomada de consciência, essas mulheres passam a desenvolver estratégias para enfrentar os mecanismos de opressão não apenas por meio da adoção de métodos de resistência individual, mas também do envolvimento em iniciativas coletivas, como as marchas em análise. Trata-se do que chamo nesta tese de ruptura com o lugar social de imposição para a ocupação do lugar social de emancipação. É a partir do novo lugar social de emancipação que são criadas e implementadas diferentes formas de ação social e política protagonizadas por mulheres racializadas, dentre as quais distingo duas principais: a) ação política organizada; e b) estratégias e ações em outras áreas, que compõem e fundamentam a ação política organizada. Um novo lugar social é erigido, e nele (e a partir dele), mulheres que marcham constroem estratégias para transformação de suas vidas e de seu entorno através de suas práticas sociais. Não são unicamente as marchas que erigem esse novo lugar, mas elas são essenciais na consolidação das posturas e posicionamentos que o conformam. Ao mesmo tempo em que evocam elementos ancestrais, refletem vanguarda, pois imprimem formas próprias, inovadoras e até transgressoras de aparecimento público, que, por sua vez, indicam possibilidades de mudanças de posicionamento, ocupação de novos lugares e processos de mudança de consciência que atuam como catalisadores de transformações sociais. Por fim, o lugar social de emancipação também produz imagens que vão na contramão do lugar social de imposição e dos estereótipos sobre a mulher negra e a “índia” brasileira reiterados por tanto tempo. Ao romperem com ele e ocuparem o lugar social de emancipação, essas mulheres também contribuem para a conformação de uma nova representação social sobre os grupos a que pertencem.
Abstract: This project sought to understand the organizational process of the First Black Women’s March (2015) and the First Indigenous Women’s March (2019) through the analysis of communicative interactions established throughout the construction process of these two mobilizations. Through the lenses offered by the black feminist theories and the Praxiological Model of Communication, and also with a corpus composed of 10 interviews (five leaders from each march), it is examined the interactional dynamics, observing their outcomes, and identifying shared elements and how they influence the construction of the individual subjects, the marches, the movements to which they are connected, and also, the unfolding of communicative processes. It was observed that, through a process of consciousness-raising, these women started developing strategies to confront mechanisms of oppression not only through the adoption of methods of individual resistance but also through involvement in collective initiatives, such as the marches under analysis. This is what I refer to, in this thesis, as a rupture with the social place of imposition to occupy the social place of emancipation. From this new social place of emancipation, different types of social and political actions led by racialized women are created and implemented, among which I distinguish two main ones: a) organized political action, and b) strategies and actions in other areas that compose and create the foundations of an organized political action. A new social place is erected, and within there (and from there), the marching women develop strategies for the transformation of their lives and their surroundings through their social practices. It is not only the marches that create this new place, but they are essential in consolidating the position that are shaping them. While evoking ancestral elements, they reflect the vanguard as they print their own, innovative, and even transgressive forms of public appearance, which turn to indicate possibilities for changes in positioning, occupation of new places, and processes of consciousness-change that act as catalysts for social transformations. Finally, the social place of emancipation also produces pictures that go against the social place of imposition and the stereotypes about black women and brazilian “indian” women that were reiterated for so long. By breaking with it and occupying the social place of emancipation, these women also contribute to the shaping of a new social representation of the groups to which they belong.
Assunto: Comunicação - Teses
Marcha das Mulheres Negras - Teses
Marcha das Mulheres Índigenas - Teses
Feminismo - Teses
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
Curso: Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/76798
Data do documento: 6-Fev-2024
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