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http://hdl.handle.net/1843/80200
Type: | Tese |
Title: | Relação entre marcadores moleculares do Mycobacterium leprae com a resposta imune, características individuais, de convívio e o adoecimento em uma coorte de contatos de casos de hanseníase |
Authors: | Sarah Lamas Vidal |
First Advisor: | Francisco Carlos Félix Lana |
First Co-advisor: | Ida Maria Foschiani Dias Baptista |
First Referee: | Marcelo Grossi Araújo |
Second Referee: | Fernanda Penido Matozinhos |
Third Referee: | Angélica da Conceição Oliveira Coelho |
metadata.dc.contributor.referee4: | Fernanda Saloum de Neves Manta |
Abstract: | O desenvolvimento da hanseníase está relacionado a determinantes biológicos, assim como de convívio. Nas últimas décadas ocorreram avanços com relação à identificação do Mycobacterium leprae (M. leprae) em amostras clínicas. Dada a complexidade da doença, analisar as relações entre seus determinantes se faz necessário para melhor compreensão do processo de adoecimento relacionado a ela. O objetivo deste estudo foi analisar a relação da viabilidade molecular do M. leprae com características individuais, de convívio, da resposta imune e o adoecimento de contatos de casos de hanseníase. Realizou-se uma revisão sistemática e um estudo epidemiológico. O intuito da revisão foi identificar a relação entre a presença e/ou a viabilidade molecular do M. leprae com o processo de infecção e/ou adoecimento de contatos de casos de hanseníase. O estudo epidemiológico foi observacional, realizado com uma coorte de contatos com quatro acompanhamentos entre 2014 e 2024, em seis municípios de Minas Gerais. Foram avaliados dados clínicos, epidemiológicos, de convívio e sorológicos obtidos por acesso a banco de dados de pesquisa anterior do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Hanseníase (NEPHANS). Neste estudo, foram realizadas análises moleculares para identificação dos alvos RLEP, 16S e hsp18 do M. leprae em swab nasal. A caracterização da população de estudo foi feita a partir da análise descritiva dos dados. Para as análises estatísticas utilizou-se os testes Kolmogorov-Smirnov, McNemar, Kappa, Qui-Quadrado (X²) ou exato de Fisher, Mann-Whithney e coeficiente Phi (ϕ). Em todas as análises considerou-se um nível de significância de 5%. Os resultados da revisão sistemática evidenciaram que há grande diversidade de marcadores moleculares já testados em relação à identificação do DNA de M. leprae em contatos, entretanto em nenhum dos estudos recuperados, foi avaliada a viabilidade molecular do bacilo entre os contatos em relação à infecção e ao adoecimento. Concluiu-se que a detecção do DNA do M. leprae per se não fornece evidências suficientes para atrelar a positividade molecular ao desenvolvimento de infecção e adoecimento entre contatos. As análises moleculares realizadas neste estudo, evidenciaram positividade ao RLEP em mais de 90% dos contatos. Os alvos 16S e hsp18 apresentaram 79,4% e 39,2% de positividade, respectivamente, no primeiro ano. Considerando a transitoriedade da exposição, 92,2% apresentaram bacilo viável na mucosa nasal em algum momento do seguimento, identificado pelo 16S, e 64,7% pelo hsp18. Apesar disso, a permanência da viabilidade foi observada em 51% pelo 16S e em 11,8% pelo hsp18. Na análise bivariada, apenas a variável densidade domiciliar apresentou associação significativa com o alvo hsp18, sendo que a maior positividade foi entre os contatos que moravam em residências com maior densidade de pessoas. Foi identificado adoecimento em um único contato. Os resultados evidenciam uma alta prevalência de M. leprae viável entre os contatos avaliados. Não foi possível definir um modelo que relacione as características dos contatos com a identificação de bacilo viável no organismo destes. Apesar disso, a densidade domiciliar e de dormitório, as variáveis relacionadas ao caso índice e o resultado da sorologia apresentaram o mesmo comportamento em relação ao 16S e hsp18. Sugere-se que, na região avaliada, a exposição ao bacilo viável é favorecida pela maior densidade domiciliar e de dormitórios e pelas características clínicas do caso índice. E que, diante da permanência da viabilidade, a ausência de anticorpos indica o importante papel da imunidade inata nessa população. Os resultados fornecem pistas para investigações futuras, para a criação de um modelo que direcione a vigilância de contatos, elencando aqueles a serem avaliados quanto à viabilidade do M. leprae antes do surgimento de sinais clínicos. E desta maneira, contribuem para o desenvolvimento de ações que visem alcançar a identificação precoce da infecção e consequentemente a interrupção da transmissão da hanseníase. |
Abstract: | The development of leprosy is related not only to biological determinants but also to living conditions. In recent decades, progress has been made in identifying Mycobacterium leprae (M. leprae) in clinical samples. Given the complexity of leprosy, analyzing the relationship between its many determinants is necessary for a better understanding of the illness process related to it. This study aimed to investigate the relationship between the molecular viability of M. leprae and individual characteristics, living conditions, the immune response, and the illness of contacts of leprosy cases. A systematic review and an epidemiological study were carried out. The review aimed to identify the relationship between the presence and/or molecular viability of M. leprae and the process of infection and/or illness of contacts of leprosy cases. The epidemiological study was observational carried out with a cohort of contacts with four follow-ups between 2014 and 2024, in six municipalities in Minas Gerais state. Clinical, epidemiological, social and sorological data obtained through access to a previous research database of the Núcleo de Estudos e Pesquisas em Hanseníase (NEPHANS) were evaluated. In this study, molecular analyses were carried out to identify the RLEP, 16S, and hsp18 targets of M. leprae in nasal swabs. The study population was characterized using descriptive data analysis. The Kolmogorov-Smirnov, McNemar, Kappa, Chi-Square (X²) or Fisher's exact, Mann-Whithney, and Phi coefficient (ϕ) tests were used for statistical analysis. A significance level of 5% was used in all the analyses. The results obtained from the systematic review showed a great diversity of molecular markers already tested for identifying M. leprae DNA in contacts; however, none of the studies retrieved evaluated the molecular viability of the bacillus among contacts regarding infection and illness. It was concluded that detecting M. leprae DNA per se does not provide sufficient evidence to link molecular positivity to infection development and illness among contacts. The molecular analyses conducted in this study identified a positivity for RLEP in over 90% of contacts. The 16S and hsp18 targets were 79.4%, and 39.2% positive, respectively, in the first year. Considering the transience of exposure, 92.2% had a viable bacillus in the nasal mucosa at some point during follow-up, identified by 16S, and 64.7% by hsp18. Despite this, the permanence of viability was observed in 51% by 16S and 11.8% by hsp18. In the bivariate analysis, only the household density variable showed a significant association with the hsp18 target, with higher positivity observed among contacts living in households with a higher density of people. Illness was identified in only one contact. The results demonstrate a high prevalence of viable M. leprae among the evaluated contacts. It was not possible to define a model linking the characteristics of the contacts to the identification of viable bacilli in their bodies. However, household and dormitory density, variables related to the index case, and serology results exhibited similar behavior in relation to 16S and hsp18. It is suggested that, in the evaluated region, exposure to viable bacilli is favored by higher household and dormitory densities and the clinical characteristics of the index case. Furthermore, in the presence of viable bacilli, the absence of antibodies highlights the important role of innate immunity in this population. The results provide insights for future investigations to develop a model that could guide contact surveillance, identifying those to be assessed for M. leprae viability before the onset of clinical signs. In this way, they contribute to the development of measures to achieve early infection identification and consequently interrupt leprosy transmission. |
Subject: | Hanseníase Epidemiologia Molecular Ambiente Domiciliar Condições Sociais Imunidade |
language: | por |
metadata.dc.publisher.country: | Brasil |
Publisher: | Universidade Federal de Minas Gerais |
Publisher Initials: | UFMG |
metadata.dc.publisher.department: | ENFERMAGEM - ESCOLA DE ENFERMAGEM |
metadata.dc.publisher.program: | Programa de Pós-Graduação em Enfermagem |
Rights: | Acesso Aberto |
URI: | http://hdl.handle.net/1843/80200 |
Issue Date: | 6-Dec-2024 |
Appears in Collections: | Teses de Doutorado |
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