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Type: Dissertação de Mestrado
Title: A toxicomania como antiamor
Authors: Mariana Furtado Vidigal
First Advisor: Andrea Maris Campos Guerra
First Referee: Lilany Vieira Pacheco
Second Referee: Jesus Santiago
Third Referee: Jeferson Machado Pinto
Abstract: Esta dissertação tem como objetivo elucidar a relação entre a toxicomania e o amor, questão que surgiu no encontro com o real da clínica. O caso clínico trabalhado nesta dissertação aponta para o uso excessivo de drogas como resposta à inexistência da relação sexual potencializando um modo de gozo autístico. Desta maneira a droga torna-se obstáculo ao amor na medida em que ao fazer o uso da droga o sujeito prescinde de fazer de sua mulher causa de desejo e objeto de gozo, fazendo do gozo que obtem com o alcool e com a droga o seu único parceiro. Nossa hipótese _ sustentanda com Jacques-Alain Miller (2009)_ é a de que o gozo toxicômano estabelece em relação ao amor uma oposição, uma antinomia, na medida em que, quando o primeiro se sobrepõe com sua face exclusivamente autoerótica inviabiliza a passagem da satisfação ao campo do Outro. O amor e o uso de drogas foram considerados tanto por Freud quanto por Lacan como modos de respostas ao mal-estar inerente à constituição subjetiva ou, dito de outro modo, à inexistência da relação sexual entre os seres falantes. Essa impossibilidade torna-se a condição para o amor existir, é preciso que haja a falta, a castração, para que o amor venha em suplência. Pela via do amor, desejo e gozo se articulam e, assim, é incluído no gozo do Um o campo do Outro, fazendo de um parceiro sexuado um meio de gozo. Atribui-se ao mais-de-gozar uma vestimenta imaginária, i(a), encarnando-a no corpo do outro que se torna amado. Já no uso da droga, na vertente toxicômana, este objeto é artefato usado para obturar a castração e o desejo, visando um gozo que não passe pelo encontro com a não-relação sexual e com um parceiro sexual. O gozo toxicomâno é um gozo assexuado pois prescinde da imagem amorosa, rompe com o gozo sexual e elege o gozo puramente autoerótico como parceiro, em nome do real do mais-de-gozar (Miller. 2000, p. 170). Veremos com o caso clínico que quando o gozo que se obtém com a droga se torna privilegiado, ele produz um curto-circuito na parceria amorosa entre os sexos, inviabilizando a condição para viver o amor
Abstract: Ce mémoire a comme objectif délucider le rapport entre la toxicomanie et lamour, question qui a émergé lors de la rencontre avec le réel de la clinique. Le cas clínique travaillé dans ce mémoire montre lusage excessive de drogues comme réponse à linexistence du rapport sexuel potentialisant um mode de jouissance autisque. La drogue devient ainsi um obstacle à lamour dans la mesure où, em faisant usage de la drogue, le sujet renonce à faire de as femme la cause de son désir et lobjet de sa jouissance, en faisant de la jouissance quil obtient avec lalcool et avec la drogue son seul partenaire. Notre hypothèse soutenue par Jacques-Alain |Miller (2009) - cest que la jouissance toxicomane établit, par rapport à lamour, une opposition, une antinomie, dans la mesure où, quand la première se superpose au second par son côté exclusivement autoérotique, elle empêche le passage de la satisfaction dans le champ de lAutre. Lamour et lusage de drogues ont été considérés aussi bien par Freud que par Lacan comme des modes de réponse au malaise inhérent à la constitution subjective ou, autrement dit, à linexistence du rapport sexuel entre les êtres parlants. Cette impossibilité devient la condition pour que lamour existe, il faut quil y ait manque, castration, pour que lamour vienne en suppléance. Par la voie de lamour, le désir et la jouissance sarticulent et, ainsi, sinclut à la jouissance de lUn, le champ de lAutre, en faisant dun partenaire sexué un moyen de jouissance. Il est attribué au plus-de-jouir un vêtement imaginaire, i(a), lincarnant dans le corps de lautre qui est aimé. Dans lusage de drogues, en revanche, dans son versant toxicomane, cet objet est lartefact utilisé pour obturer la castration et le désir, visant une jouissance qui ne passe pas par la rencontre avec le non-rapport sexuel et avec un partenaire sexuel. La jouissance toxicomane est une jouissance asexuée, car ele se passe de limage amoureuse, rompt avec la jouissance sexuelle et élit la jouissance purement autoérotique comme partenaire _ au nom du réel du plus-de-jouir _ (Miller, 2000, p.170). Nous verrons avec c ecas clinique que quando la jouissance qui est obtenue avec la drogue est privilégiée, elle produit un court-circuit dans le partenariat amoureux entre les sexes, rendant impossible la condition pour vivre lamour.
Subject: Amor
Neuroses
Toxicomania
Drogas
Psicologia
language: Português
Publisher: Universidade Federal de Minas Gerais
Publisher Initials: UFMG
Rights: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/BUOS-AQHRV9
Issue Date: 26-Feb-2016
Appears in Collections:Dissertações de Mestrado

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