Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7DSFD6
Tipo: Tese de Doutorado
Título: Imaginando o inimaginável: linguagem e religião em J. M. Coetzee
Autor(es): Fernando de Lima Paulo
Primeiro Orientador: Eliana Lourenco de Lima Reis
Primeiro membro da banca : Solange Ribeiro de Oliveira
Segundo membro da banca: Sabrina Sedlmayer Pinto
Terceiro membro da banca: Ivete Lara Camargos Walty
Quarto membro da banca: Márcio Orlando Seligmann Silva
Resumo: O escopo do presente trabalho relaciona-se à percepção do registro religioso na obra do autor sul-africano J. M. Coetzee, tomando por base os seus três primeiros romances. A função desse registro no âmbito da ficção do escritor tem a ver com a idéia de religião como relego, a palavra latina para cuidado, que acho pode traduzir um exame cuidadoso acerca das possibilidades da linguagem em face da crise de representação no chamado momento pós-moderno, bem como uma procura por alternativas aos impasses advindos dessa crise. Coetzee utiliza-se da ficção como um modo de pensar e, assim, efetua inicialmente uma investigação do próprio meio lingüístico através de uma atitude auto-reflexiva na escrita, chamando atenção para os discursos hegemônicos e das relações de poder deles advindas. Este prática é perceptível nos romances em Dusklands e In the Heart of the Country, que se mostram reflexões não somente sobre textos ideologicamente motivados, mas também sobre as subjetividades que se formam no âmbito desses discursos. Nessa dinâmica, a linguagem volta-se sobre si mesma, gerando o perigo de infinitute e tem de se confrontar com o vazio da significação sempre deferida. Como resultado, o escritor elabora estratégias (a paródia, por exemplo) que tentam driblar essa possibilidade ao imaginar maneiras de expressar o desejo de reciprocidade em relação à alteridade, ou seja, ao elemento obliterado, emudecido, marginalizado dos discursos do poder. Desta forma, já se esboça um apelo ao registro religioso, quer seja através da alusão ao mito, quer seja através de narradores ensandecidos ou em auto-engano. Com isso, as opções discursivas nos livros apontam para um imperativo: imaginar uma maneira em que a escrita possa efetuar um jogo (play) de rearranjo de regras e convenções e, por esse meio, abordar o 'inimaginável', ou seja, o sofrimento, a justiça e a solidariedade - o intraduzível na linguagem. A consolidação desse processo provoca em Waiting for Barbarians, o terceiro romance de Coetzee, uma opção por um realismo 'reconstituído', longe dos arroubos metaficcionais dos livros anteriores e que se contrapõe à infinitude da auto-reflexão quando faz uso da alegoria e, por meio dela, tornar possível o processo kenótico de esvaziamento dos discursos do poder e a construção de algum tipo de relacionamento com o outro; esse relacionamento denomino caritas.
Assunto: Pós-colonialismo (Literatura)
Religião e linguagem
Coetzee, J M, 1940- In the heart of the country Crítica e interpretação
Coetzee, J M, 1940- Waiting for barbarians Crítica e interpretação
Escritores sul-africanos Crítica e interpretação
Africa Colonização
Descolonização na literatura
Coetzee, J M, 1940- Dusklands Crítica e interpretação
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-7DSFD6
Data do documento: 15-Abr-2008
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