"Inventar uma pele para tudo": texturas da animalidade na literatura e nas artes visuais (uma incursão na obra de Nuno Ramos a partir de Georges Bataille)
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Universidade Federal de Minas Gerais
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Tipo
Tese de doutorado
Título alternativo
Primeiro orientador
Membros da banca
Vera Lucia de Carvalho Casa Nova
Andre Melo Mendes
Ana Martins Marques
Dominique Lestel
Verônica Antonine Stigger
Andre Melo Mendes
Ana Martins Marques
Dominique Lestel
Verônica Antonine Stigger
Resumo
A partir de uma reflexão sobre a pele, este estudo aborda a aparência, a anatomia, os abatedouros e a animalidade na literatura e nas artes visuais. Seu horizonte teórico compreende uma pesquisa transdisciplinar entre a literatura, as artes visuais e a filosofia contemporânea. No que concerne ao aspecto das migrações de conceitos entre distintas áreas, nosso ponto de partida é o pensamento heterogêneo de Georges Bataille. Ao lado desse aspecto, estudamos o conceito de autoapresentação ('Selbstdartellung') do zoólogo suiço Adolf Portmann, em "La forme animale" ("Die Tiergestalt") (1948, traduzido ao francês em 1961). Portmann enfatiza a forma animal pelo que ela tem de visível. Assim, discutimos a questão da forma e dos seus dispêndios. Antes, entre 1929 e 1930, Bataille publicou artigos e verbetes na revista "Documents" (que são de de grande contribuição para pensarmos a animalidade, da 'figura humana' ao 'informe'). Esse último termo possui um valor operatório para pensarmos a animalidade. Seja na revista "Documents", seja em "Les larmes d'Éros", existe uma forma de criar as idas e vindas da animalidade. Seguindo textos em que a animalidade é discutida ("Théorie de la religion", "Lascaux ou la naissance de l'art", "L'Histoire de l'érotisme"), Georges Bataille pensou o homem no limite da vida animal, descrevendo suas ligações com o erotismo, o dispêndio e os limites do útil. A animalidade, enfim, torna-se um modo e uma forma de evidenciar as plasticidades ao expor os corpos na cena dos viventes. Isso implica em um efeito visual que produz a sensação de uma presença dos animais em algumas obras, isto é, nas suas texturas, apresentações e representações. A pele, por fim, ao longo das distinções entre os homens e os animais, foi arrancada, aberta, cortada até que, para ser vista, origina diversas texturas da animalidade. Assim, de giro em giro, discutiremos esses aspectos na obra plástica e literária de Nuno Ramos.
Abstract
Assunto
Bataille, Georges, 1897-1962, Ramos, Nuno, 1960- Crítica e interpretação, Figura humana na literatura, Literatura Estética, Animais na literatura, Plasticidade, Pele, Arte, Filosofia moderna Séc XXI
Palavras-chave
Nuno Ramos, plasticidade, Georges Bataille, pele, animalidade