Leitura epistemológico-social da qualidade da informação

dc.creatorRosa Maria Quadros Nehmy
dc.date.accessioned2019-08-10T14:59:32Z
dc.date.accessioned2025-09-09T00:24:54Z
dc.date.available2019-08-10T14:59:32Z
dc.date.issued1996-12-19
dc.identifier.urihttps://hdl.handle.net/1843/BUOS-934M2P
dc.languagePortuguês
dc.publisherUniversidade Federal de Minas Gerais
dc.rightsAcesso Aberto
dc.subjectCiência da informação
dc.subject.otherCiência da Informação
dc.titleLeitura epistemológico-social da qualidade da informação
dc.typeDissertação de mestrado
local.contributor.advisor1Isis Paim
local.contributor.referee1Cesar Geraldo Guimaraes
local.contributor.referee1Alcenir Soares dos Reis
local.contributor.referee1Bernadete Santos Campello
local.description.resumoEsta dissertação visa a analisar a fertilidade da noção qualidade da informação enquanto conceito que instrua a pesquisa e a prática da ciência da informação. Embora a qualidade se constitua num tema importante nesse campo de estudo, vários autores alegam inexistir discussão teórica suficiente sobre o assunto. Esta investigação analisa abordagens sobre qualidade da informação na literatura, utilizando como referencial conceituai elementos teóricos extraídos de autores das ciências humanas, em especial, dos textos A filosofia do não de Gaston Bachelard e Conseqüências da modernidade de Anthony Giddens. A análise permite concluir que. do ponto de vista epistemológico. a noção de qualidade da informação, tal como é definida, é uma noção vaga, imprecisa, assumindo a característica de um conceito- obstáculo. As definições sobre qualidade da informação partem, em geral, de atributos tais como, precisão, significado no tempo, credibilidade, atualidade, validade, relevância, valor de uso, valor percebido e outros. Cada autor elege determinado espectro deles para sua definição. A passagem por outras noções aproximadas, tais como relevância, autoridade cognitiva, eficácia e impacto mostra que elas não avançam em relação ao conteúdo simbólico da qualidade, de maneira a permitir uma efetiva avaliação da informação. A análise revela também que o conteúdo significativo predominante nas várias abordagens de qualidade - ou noções correlatas - está composto pelas idéias de excelência e 'usuário. Essas duas idéias são escrutinadas do ponto de vista das ciências sociais, revelando-se que, à luz da teoria escolhida, a idéia de qualidade como excelência constitui-se em elemento intrínseco (ou pressuposto) de sistemas ou produtos de informação, como de qualquer sistema perito, conforme descreve Giddens. Sendo assim, a idéia de qualidade não adquire autonomia significativa para se transformar em conceito científico. Por sua vez, ao se concretizar o usuário na sociedade, este surge como um sujeito socializado na confiança em sistemas técnicos e anônimos (sistemas peritos), que na modernidade substituem, cada vez mais, as tradicionais relações sociais face a face.A investigação prossegue, buscando novos elementos de reforço às conclusões preliminares sobre a fragilidade da noção qualidade da informação. Conclui-se que a solidariedade com o paradigma empirista-positivista compromete a noção com a filosofia do senso comum e com uma certa cultura da qualidade originada do ambiente de administração de empresas, e esvazia seu conteúdo simbólico de qualquer metafísica. Discute-se ainda a utilização pouco rigorosa do conceito valor de uso' da informação. Ao final, conclui-se definitivamente que a qualidade da informação - ou noções correlatas analisadas - deva ser recusada enquanto conceito científico. Em seguida, a investigação perscruta textos de autores da ciência da informação e das ciências humanas - em particular, sociologia e economia política -na procura de sugestões para a abordagem da avaliação da informação. Propõe-se que a agenda de pesquisa e prática da ciência da informação incorpore questões afinadas com problemas sociais, tais como, acesso à informação de estratos sociais pobres em informação, a relação entre informação e democracia e a inclusão de idéias com teores filosófico-éticos na avaliação da informação. Propõe-se enfim, que a ciência da informação assuma a característica de uma disciplina da modernidade e que o cientista da informação desempenhe o real papel de hermeneuta da informação.
local.publisher.initialsUFMG

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