Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/41798
Tipo: Tese
Título: Casas em ruínas: Machado, Cardoso, Dourado, Santiago
Autor(es): André de Souza Pinto
Primeiro Orientador: Lyslei de Souza Nascimento
Primeiro membro da banca : Georg Otte
Segundo membro da banca: Wander Melo Miranda
Terceiro membro da banca: Cláudia Cristina Maia
Quarto membro da banca: José Marcos Resende Oliveira
Resumo: Esta tese investiga a imagem da casa em ruínas e de como essa metáfora expõe as relações intertextuais de apropriação e de reconstrução ficcional na literatura contemporânea. Partindo da ideia de que essa literatura se constrói com e sob os escombros e restos da tradição literária, analisa-se a urdidura do texto que se dá por meio da reescrita que se apresenta na obra de Machado de Assis e nos romances Crônica da casa assassinada, de Lúcio Cardoso, Ópera dos mortos, de Autran Dourado, e Machado, de Silviano Santiago. Em Machado de Assis, procurou-se apresentar uma discussão sobre a coleção de cacos e de fragmentos que são apropriados pelo escritor na construção das suas casas velhas. Em Crônica da casa assassinada, Cardoso engendra uma narrativa que se dá sob o signo de morte e cuja casa coincide, metaforicamente, com a decadência dos seus moradores. Ópera dos Mortos, por sua vez, retrata um espaço degradado que perpassa uma saga familiar e, ao mesmo tempo, entrelaça os antepassados mortos à casa e, por extensão, a última descendente dessa família patriarcal, culminando com o fim da linhagem da família. Em Machado, Santiago retoma a figura do escritor homônimo ao livro, se apropriando das correspondências e do texto machadiano. A noção de ruína se desloca, assim, da casa velha para o corpo arruinado do personagem Machado, um corpo convulsivo que, como texto, se configura como um espaço de decadência e recriação que é evocado por Santiago. Intentou-se delinear, em vista disso, um modelo de leitura cujas casas velhas, como metáfora, representam um possível perfil da literatura contemporânea, no qual os textos são construídos com os restos e com os vestígios de outras narrativas.
Abstract: This thesis intends to investigate how the image of the house in ruins – as a metaphor of contemporary literature, which is built with and under the rubble and remains of literary tradition, a warp of the text that takes place through appropriation and rewriting – is presented in the work of Machado de Assis and in the novels Crônica da casa assassinada, by Lúcio Cardoso, Ópera dos mortos, by Autran Dourado, and Machado, by Silviano Santiago. In Machado de Assis, we tried to present a discussion about the collection of shards and fragments that are appropriated by the writer in the construction of his old houses. In Crônica da casa assassinada, Cardoso engenders a narrative that takes place under the sign of death and whose house metaphorically coincides with the decadence of its residents. Ópera dos Mortos, in turn, portrays a degraded space that runs through the family saga of the Honório Cota and, at the same time, weaves the dead ancestors into the house and, by extension, the last descendant of this patriarchal family, Rosalina, culminating in the end of the family line. Finally, in Machado, the writer takes up the figure of the homonymous writer, appropriating the correspondences and the texts by Machado. The notion of ruin thus metaphorically shifts from the old house to the ruined body of Machado, character of the novel, a convulsive body that, as a text, is configured as a space of decay that is evoked by Santiago. In view of this, an attempt was made to outline a reading model whose old houses, as a metaphor, represent a possible profile of contemporary literature, in which texts are built with the remains and traces of other narratives.
Assunto: Assis, Machado de, 1839-1908 – Crítica e interpretação
Cardoso, Lúcio, 1913-1968. – Crônica da casa assassinada – Crítica e interpretação
Dourado, Autran, 1926- – Ópera dos mortos – Crítica e interpretação
Santiago, Silviano, 1936- – Machado – Crítica e interpretação
Memória na literatura
Ficção brasileira – História e crítica
Habitações – Ficção
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FALE - FACULDADE DE LETRAS
Curso: Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
metadata.dc.rights.uri: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/pt/
URI: http://hdl.handle.net/1843/41798
Data do documento: 2-Mai-2022
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