Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/47214
Tipo: Tese
Título: “1970” : arte e pensamento
Autor(es): Pedro Ramos Dolabela Chagas
Primeiro Orientador: Virginia de Araujo Figueiredo
Resumo: A leitura do passado estabelece as suas marcas temporais a partir do presente. É no presente que o olhar retrospectivo, na condição de produção, estabelece as fontes que explicarão o processo em observação: é do presente que os fatos passados são transformados em objetos de análise. O real revelado pela operação historiográfica já estava, pois, parcialmente implicado na pergunta que a motivara: ele é tanto o resultado de uma proposição quanto a própria condição da colocação da pergunta que lhe dá origem. O real é dado e produzido: nesta aporia subsiste a narrativa que o apresenta. Documentos não são apenas “lidos”, portanto, mas selecionados, agregados e distribuídos: no nosso trabalho, autores de disciplinas diferentes se tornarão documentos. Argumentos de filósofos, cientistas, historiadores, teóricos de várias disciplinas, sociólogos, críticos, antropólogos e artistas serão apresentados aqui, de maneiras grosso modo diferentes da sua distribuição usual: se o nosso é um ato de produção de história, ao invés de acompanhá-los em seus contextos originais iremos reempregar os seus trabalhos – enquanto documentos – sob novas coerências, num rearranjo amplo. Nossa hipótese é a de que um período recente, situado ao redor e a partir de uma década (a de 1970), testemunhou uma descontinuidade forte na história do pensamento, numa revolução ainda em curso: descrever essa descontinuidade é o nosso objetivo. Mas uma dobra epistêmica não é nunca necessariamente súbita nem imediatamente definitiva; ela pode demorar a se configurar em meio a desenvolvimentos tateantes, ao longo dos quais ela conviverá com manifestações daquela outra episteme que, nalgum momento impreciso, passará a ser percebida como anterior. É bem este o estado atual do “campo epistemológico de 1970” (ou simplesmente “1970”), que vai se afirmando em meio à continuidade daquilo de que se diferencia. Daí que os cortes temporais sejam essencialmente incertos, pois ainda é fortemente presente, no campo das artes e da cultura, a episteme que “1970” torna anterior: aquela que Friedrich Kittler denominou de “1800”, nomenclatura da qual nos apropriaremos aqui.
Assunto: Filosofia - Teses
Arte e historia - Teses.
Estética - Teses
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: FAF - DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA
Curso: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/47214
Data do documento: 24-Set-2010
Aparece nas coleções:Teses de Doutorado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
1970_PedroDChagas[1].pdf1.39 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.