Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/51930
Tipo: Tese
Título: É possível uma esteira não taylorista? Sobre a forma social da tecnologia - o projeto de uma esteira de triagem de materiais recicláveis
Autor(es): Cinthia Versiani Scott Varella
Primeiro Orientador: Francisco de Paula Antunes Lima
Primeiro membro da banca : Adson Eduardo Resende
Segundo membro da banca: Cristiano Cordeiro Cruz
Terceiro membro da banca: Fernanda Santos Araújo
Quarto membro da banca: Viviane Zerlotini da Silva
Resumo: Tudo o que é criado no interior das relações sociais capitalistas parece estar marcado com o selo da dominação do capital sobre o trabalho, inclusive as tecnologias. O desafio para engenheiros, arquitetos e designers, engajados na construção de alternativas a esse modo de produção, consiste em intervir nos processos de concepção técnica sem reproduzir as relações de dominação dos homens e da natureza. Existe um longo debate sobre a natureza da tecnologia capitalista, na busca por apontar diferentes caminhos à construção de uma base material adequada à sociedade emancipada e às práticas de produção cooperativas. Nos debates atuais sobre a perspectiva da “tecnologia social”, a crítica à tecnologia como forma de dominação ocupa um lugar central entre esses autores, que recusam a neutralidade da técnica, visão clássica predominante entre especialistas. Para contribuir a esse debate, nós analisamos o caso de uma cooperativa de catadores de materiais recicláveis, de Belo Horizonte, que inseriu uma esteira de triagem no seu processo produtivo. A força das engrenagens para impor a cadência e intensificar o ritmo trabalho foi a forma como historicamente se observou a apropriação desse instrumento a partir do advento do taylorismo. Não parece um contrassenso a adoção desse dispositivo em um sistema cooperativo que visa a emancipação dos trabalhadores? Mas será que o princípio de Ford (1925), de que “nenhum operário necessita carregar ou levantar qualquer coisa”, visto que “isso faz parte de um serviço distinto – o serviço de transporte”, que impulsionou a consolidação da linha de montagem, não é interessante para organizar um sistema produtivo que visa a emancipação dos trabalhadores, ou ao menos aliviar sua faina diária, ao facilitar o trabalho e eliminar tarefas fisicamente degradantes? Então o que separaria um transportador de um “chicote mecânico”? Seria possível uma esteira não taylorista? Essa é a questão central da tese.
Abstract: Everything that is created within capitalist social relations seems to be marked with the seal of capital's domination over work, including technologies. The challenge for engineers, architects and designers engaged in building alternatives to this mode of production is to intervene in technical design processes without reproducing the domination of men and nature. There is a long debate about the nature of capitalist technology, in the search to point out different ways to build a suitable material base for an emancipated society and cooperative production practices. In current debates on the perspective of “social technology”, the critique of technology as a form of domination occupies a central place among these authors, who reject the neutrality of technology, a classic view that is predominant among specialists. To contribute to this debate, we analysed the case of a waste pickers’ cooperative, from Belo Horizonte, which inserted a conveyor belt in its sorting process. The power of gears to impose the cadence and intensify the work rhythm was the way in which the appropriation of this instrument was historically observed from the advent of Taylorism. Doesn't it seem counterintuitive to adopt this device in a cooperative system that aims at the emancipation of workers? But wouldn’t Ford's principle (1925), that "no worker needs to carry or lift anything", since "this is part of a distinct service - the transportation service", which boosted the consolidation of the assembly line, be interesting to organize a productive system that aims to emancipate workers, or at least alleviate their daily toil, by facilitating work and eliminating physically degrading tasks? So what would differentiate a conveyor from a “mechanical whip”? Would a non-Taylorist conveyor belt be possible? This is the central question of this thesis.
Assunto: Engenharia de produção
Taylorismo
Catador de material reciclável
Resíduos sólidos - Reaproveitamento
Reciclagem - Lixo
Reciclagem - Indústria
Tecnologia - Aspectos sociais
Idioma: por
País: Brasil
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Departamento: ENG - DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA PRODUÇÃO
Curso: Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/51930
Data do documento: 17-Mar-2023
Aparece nas coleções:Teses de Doutorado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Tese final - repositório UFMG.pdf3.64 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.