Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-9HBH4B
Tipo: Tese de Doutorado
Título: Incomensurável comum: políticas da escrita em Graciliano Ramos
Autor(es): Willy Carvalho Coelho
Primeiro Orientador: Wander Melo Miranda
Primeiro membro da banca : Roberto Alexandre do Carmo Said
Segundo membro da banca: Heloisa Maria Murgel Starling
Terceiro membro da banca: Ivete Lara Camargos Walty
Quarto membro da banca: Elizabeth Santos Ramos
Resumo: Esta tese propõe a investigação e a leitura teórica do texto de Graciliano Ramos. A hipótese sobre a relação entre a escrita de Graciliano e a teoria de aspecto crítico orienta a pesquisa. Por conseguinte, a argumentação que se segue tem o objetivo de esclarecer tal conjectura. Esta se fundamenta na premissa do espelhamento de questões provocado pelos diferentes modos de discurso. O foco do questionamento incide sobre a relação do indivíduo com a linguagem e sobre temas relacionadas à vida em comunidade. A circunscrição do uso da memória pela escrita é o ponto de partida do trabalho. Proponho, em etapa subsequente, a crítica da abertura à reflexão, sobre a ideia de política e a respeito da noção de racionalidade, propiciada pela literatura. Memórias do cárcere (1953) é o texto central do exame. A análise da obra abrange, além disso, fragmentos de outros trabalhos, como os romances iniciais, e a fatura de Infância (1945). Tomando esse enfoque é possível notar que a narração forma uma espécie de mônada. Apresenta-se, com sua emergência, a temporalidade múltipla da história. De março de 1936 (data da prisão de Graciliano), a narrativa circula por tempos condicionados pela reminiscência. Tal categoria permite, por sua vez, o escrutínio da confluência dos regimes da experiência individual e da experiência de uma história comum. Da mesma forma que a falta de revisão do romance concluído recentemente (Angústia, 1936) é uma constante, depara-se com as lembranças do tempo da migração, para o Rio de Janeiro, na juventude (1914), e ainda com a prorrogação do 'estado de guerra' durante o governo de Getúlio Vargas (1936). Em seu processo composicional, o texto dispõe uma 'coleção de imagens'; recortadas e imobilizadas no agora da escrita, elas servem ao fim patente da investigação. A força metafórica das imagens desperta o pensamento. A concepção topográfica da escrita como espaço político arregimenta para a função de interlocutores preponderantes Walter Benjamin, Michel Foucault, Jacques Rancière, Giorgio Agamben e Georges Didi-Huberman. O desdobramento tanto da questão política quanto da questão do poder traça o diagrama dos temas que o enfoque interdisciplinar operacionaliza. Ele compreende: a relação entre subjetividade e linguagem; racionalidade, dessubjetivação e política; reconstituição da experiência como embate pela memória; memória como metonímia da palavra e do espaço sensível na comunidade; política como jogo da argumentação; relações de poder, estratégias de controle e estratégias de resistência; escrita, língua, uso como categoria, potência e campo de possibilidade.
Assunto: Ramos, Graciliano, 1892-1953 Memorias do carcere Critica e interpretação
Política na literatura
Literatura e história
Memória na literatura
Idioma: Português
Editor: Universidade Federal de Minas Gerais
Sigla da Instituição: UFMG
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
URI: http://hdl.handle.net/1843/ECAP-9HBH4B
Data do documento: 14-Mar-2014
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